Investidas de instituições financeiras, associações e até de organizações criminosas sobre aposentados e pensionistas têm motivado ações inéditas do INSS e de outros órgãos para coibir o assédio e as fraudes contra beneficiários.
O Agora traz hoje os principais golpes contra aposentados e pensionistas e como fugir deles. A lista inclui desconto indevido de consignado que não foi contratado, golpe da falsa revisão e do adiantamento do precatório e tentativas de retirar grana do aposentado pela internet, com páginas falsas e cupons de promoções que não existem.
Dentre as principais dicas de especialistas estão desconfiar de qualquer oferta muito fácil de revisão, seja no INSS ou na Justiça, nunca passar seus dados a nenhum desconhecido e pesquisar bem as associações de aposentados antes de se filiar a alguma delas.
Proteção
Na semana passada, duas ações voltadas à proteção de aposentados ocorreram. Uma delas envolveu uma organização criminosa desmontada pelo Ministérios Públicos em São Paulo e Rio de Janeiro e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Era o golpe da falsa revisão, com a promessa de aumento no benefícios e atrasados de cerca de R$ 30 mil. Em troca, os criminosos cobravam filiação à associações de fachadas, cobrando anuidades de até R$ 3.000.
A ação ocorreu alguns dias depois de o INSS suspender repasses de mensalidades descontadas dos beneficiários por quatro associações que têm cerca de 800 mil associados. Apesar de serem conveniadas ao instituto, elas estariam fazendo descontos ilegais.
Essa foi a primeira vez que o instituto suspendeu repasses a associações com as quais mantinha convênio.
Os valores ficarão retidos por 60 dias e, se comprovadas as irregularidades, serão devolvidos aos segurados.
O assédio de financeiras que oferecem empréstimos consignados também vem trazendo prejuízo aos aposentados.
O que é mais grave, nesses casos, é a forma de acesso aos segurados, que pode estar ocorrendo devido ao vazamento de informações sigilosas.
Em abril, o INSS revelou uma investigação interna para identificar a origem da fuga e do uso indevido de dados de segurados.
FRAUDES CONTRA APOSENTADOS
Aposentados e pensionistas devem ficar atentos para não cair em golpes
Veja abaixo como escapar de algumas das principais armadilhas
CONSIGNADO
O empréstimo com o desconto da parcela na conta é permitido
Mas esse débito só é legal se o beneficiário autorizá-lo
Se o segurado tem um empréstimo que não pediu, pode ser golpe
Esse tipo de golpista saca a grana e deixa a dívida para o aposentado
É preciso desconfiar se:
- Existem descontos desconhecidos no salário
- Recebeu um empréstimo que não solicitou
- Pagou o empréstimo, mas ainda há descontos
ASSOCIAÇÕES
Associações podem descontar parcelas diretamente nos benefícios
A mensalidade serve para custear seguros e diversos outros serviços
Mas, muitas vezes, o aposentado não sabe o que está contratando
Antes de se associar
- Procure saber se há reclamações contra a associação
- Leia atentamente o contrato de prestação de serviço
- Não assine se tiver dúvidas sobre o que foi oferecido
REVISÃO
Um golpe muito comum é o que envolve a revisão do valor da aposentadoria
Em alguns casos, associações prometem a revisão em troca de uma mensalidade
Revisões também são oferecidas por golpistas que se passam por advogados
Alguns falsários telefonam para o aposentado e dizem que trabalham no INSS
Fique atento
- O INSS não cobra nenhum valor para fazer revisões
- O pedido pode ser feito diretamente pelo número 135
- Se precisar de advogado, peça indicação para amigos
- O advogado deve ter registro na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)
PRECATÓRIO
Quem ganha uma ação judicial contra um órgão público recebe os atrasados
Essas dívidas judiciais (precatórios) só são pagas após a conclusão do processo
Além disso, no caso de estados e municípios, falta dinheiro para pagar a dívida
Como a espera pela grana pode levar anos, golpistas prometem liberar o precatório
Para isso, os criminosos pedem a antecipação de uma certa quantia em dinheiro
O que é preciso saber
- Não se deve antecipar valores para receber precatórios
- Só recebe um precatório quem ganhou uma ação judicial
- A ação só está concluída quando há o “transito em julgado”
- Na dúvida, melhor consultar o advogado que moveu a ação
- A Justiça também pode informar o andamento da ação
- Se o precatório é do INSS, quem responde é a Justiça Federal
INTERNET
Criminosos também tentam tirar a grana do aposentado pela internet
Alguns criam até falsas páginas de bancos para aplicar os golpes
Promoções e cupons de desconto podem ser usados como atrativos
Fique de olho
- Fique atento a links enviados por email ou no celular
- Verifique se o nome do site acessado está correto
- Não informe seus dados ou senha em sites desconhecidos
Outros cuidados
- Nunca forneça dados bancários ou de seu benefício por telefone a desconhecidos
- Se for abordado, busque orientações de amigos, parentes e até de um advogado
- Desconfie de promessas de valores que não estava esperando receber
- Não realize transferência de valores para contas de desconhecidos
IDENTIFIQUE OS DESCONTOS
É possível identificar descontos feitos na aposentadoria ou pensão do INSS
Meu INSS
Acesse gov.br/meuinss ou o meu.inss.gov.br; Se preferir, baixe o aplicativo Meu INSS
- Quem já é cadastrado deve fazer o login e informar a senha para entrar no Meu INSS
- Do lado esquerdo da tela, é preciso clicar em “Extrato de Pagamento de Benefício”
- O site mostrará os últimos extratos. É possível ver os detalhes do mês clicando no sinal de +
- O extrato apresentará quais foram os valores depositados e descontados do beneficiário
Bloqueio
Pelo Meu INSS, o usuário deverá acessar a opção “Agendamento/Requerimento”
As opções são “Novo Requerimento” e “Atualizações para Manutenção do Benefício”
O segurado deve escolher a “Exclusão de Desconto de Mensalidade Associativa”
Por telefone
Pelo 135, basta escolher a opção 2, falar com atendente, e solicitar a exclusão
O telefone 135 está disponível de segunda-feira até sábado, das 7h às 22h
Fontes: INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), SPPrev (São Paulo Previdência) e advogados Rômulo Saraiva e Patrícia Evangelista
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