Descrição de chapéu INSS

Centrais sindicais protestam contra fila do INSS

Manifestantes percorreram ruas da região central de SP nesta sexta (14)

São Paulo

Centrais sindicais se uniram nesta sexta-feira (14) em diversas cidades para se manifestar contra o que chamam "desmonte do INSS" e as críticas do governo federal aos servidores públicos. 

"Se não melhorar essa situação de 1,7 milhão de pedido parados no INSS, as manifestações vão continuar", afirmou Ricardo Patah, presidente da UGT. 

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que o ato é para alertar a sociedade e "fortalecer a cobrança ao governo sobre os problemas do órgão público e o descaso do governo diante desta realidade". 

“Quem mais sofre com toda esta precariedade são os trabalhadores adoecidos e os mais pobres”, afirma o Torres. 

Participaram das manifestações Força Sindical, CUT, UGT, CTB, CSB, NCST, CSP-Conlutas, CGTB e Intersindical. 

​Em São Paulo, os manifestantes se concentraram em frente à agência da Xavier de Toledo, 280, na região central da capital, às 9h, e seguiram até a Superintendência do INSS, no viaduto Santa Ifigênia.

De acordo com João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, cerca de 1.200 pessoas compareceram. 

"Esta ação unitária foi feita em todo o país. Espero que Bolsonaro e Guedes escutem a manifestação dos sindicatos que querem melhor atendimento nos postos do INSS e respeito aos servidores públicos", disse Gonçalves.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, destacou que não se trata de má gestão, e sim que o atual governo defende a ideia de que os serviços públicos precisam ser desmontados para colocar serviços privados no lugar.

"Agora, o governo prepara uma reforma administrativa que, na verdade, é para demitir servidores e acabar com os concursos. Daqui a pouco, o colapso que a gente está vendo no INSS vai chegar no sistema de saúde, na educação", disse Nobre.

A fila de espera para receber benefícios do INSS tem hoje 1,7 milhão de segurados aguardando resposta. Desse total, 1,1 milhão de brasileiros esperam há mais de 45 dias, prazo que o instituto tem para dar uma satisfação ao segurado, seja uma resposta positiva ou negativa. Os dados são do próprio INSS e têm como base o mês de janeiro. 

Resposta

Em nota, o INSS afirma que "respeita o direito de manifestação dos servidores e reitera, conforme já discutido em reuniões com entidades representativas, que as medidas de gestão que serão implementadas foram amplamente discutidas com o governo federal, a fim de atender as demandas do órgão".

Segundo o INSS, medidas importantes, implementadas ao longo de 2019, estão em pleno andamento para que sejam sanadas as dificuldades do órgão e que o serviço ao cidadão seja prestado a cada dia com mais agilidade.

"No ano passado houve o pagamento do bônus de produtividade, quase um milhão de processos foram finalizados de forma extraordinária no segundo semestre, 877 servidores foram designados para o regime de teletrabalho, apresentando produtividade média 108% superior aos servidores em regime ordinário de trabalho, 2.211 servidores foram designados para o regime de semipresencial de trabalho, apresentando produtividade média 54% superior aos servidores em regime ordinário de trabalho, aumento de 3.000 para 7.820 servidores dedicados exclusivamente à análise de benefícios", informa o instituto, em nota.

Como consequência desse conjunto de iniciativas, diz o INSS, o tempo médio atual de concessão dos benefícios previdenciários está em queda, atualmente, em 70 dias. Em julho, o tempo médio era de 84 dias. 

"Por fim, o INSS destaca que está sempre aberto ao diálogo com seus servidores e entidades representativas para a construção de soluções que contemple o interesse de todos."

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