Protagonista do bate-boca mais famoso da tramitação da Previdência de SP, o deputado Arthur do Val (Patriotas), o "Mamãe Falei", voltou a ofender servidores durante votação do texto-base da PEC (proposta de emenda à Constituição) estadual nesta terça-feira (18).
"Boa noite pessoal. Todo mundo de costas, o Liminha mandou. Vamos lá, segundo turno todo mundo dando as costas. Bem obediente como o titio sindicalista gosta", foi o "cumprimento" dele aos servidores nas galerias da Alesp.
Do Val ainda chamou a atenção do deputado Teonílio Barba (PT), que subiu na tribuna na ocasião da briga, no início da votação da PEC, no ano passado. "Oi, Barba. Tudo bom? Hoje você tá nervosão ou tá calmo? Hoje você não vai me tirar na porrada, não? Obrigado."
Ao falar do episódio, em que chamou os servidores de "vagabundos", Arthur reiterou as ofensas. "São vagabundos mesmo aqueles que vêm aqui, chamam Janaína Paschoal (PSL) de fascista, chamam quem votar em projeto a favor de assassino, quem ameaça de morte, são vagabundos, sim."
O presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), advertiu Do Val pelas palavras usadas e acusações feitas.
Ao mostrar uma carta de repúdio recebida do deputado Campos Machado (PTB), Arthur do Val rasgou o documento.
O youtuber criticou os deputados contrários à reforma da Previdência de SP, especialmente os filiados ao PT, mas que, segundo ele, "apoiam os mesmos movimentos em outros estados de governos do PT que já aprovaram suas respectivas previdências, como Ceará, Piauí e Bahia".
A mesma crítica foi feita anteriormente pelos colegas Barros Munhoz (PSB) e pelo líder do governo do PSDB, Carlão Pignatari. "Nós vamos passar essa reforma, espero que não se acovardem."
Depois do pronunciamento de Do Val, Cauê Macris suspendeu os trabalhos por dois minutos.
Aprovação
O texto-base da reforma foi aprovado por volta das 21h35. O placar foi de 57 favoráveis e 31 votos contrários. Ao todo, 88 deputados votaram, dos 94 eleitos para esta legislatura.
Agora, os deputados votarão os destaques. É preciso que haja ainda votação em segundo turno. Para que as mudanças nas aposentadorias passem a valer de vez, a Alesp precisa ainda aprovar um PLC (Projeto de Lei Complementar).
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