Sindicatos cobram ações do estado de SP e da prefeitura para proteger servidores do coronavírus

Sindicatos reclamam da falta orientações e ações de proteção a funcionários idosos, gestantes e doentes crônicos; governos afirmam que há cartilhas

Karla Maria

Servidores do Governo de Estado de SP e da Prefeitura de SP que se enquadram no grupo de risco de infecção pelo coronavírus, como idosos, gestantes e doentes não receberam indicação de procedimentos e protocolos de segurança contra a doença.

Ações como antecipação de férias, diminuição da carga horária, trabalho de casa e não participação em aglomerações para evitar a transmissão do vírus ainda não foram definidas e comunicadas oficialmente aos profissionais.

A reportagem do Agora questionou estado e prefeitura sobre quais orientações estão sendo dadas para servidores que fazem parte do grupo de risco, ou seja, têm acima de 55 anos, são diabéticos ou têm idade mais avançada. Não houve resposta específica de nenhum dos órgãos públicos.

Além disso, foi questionado como o servidor público que atua em algumas áreas faz para evitar aglomerações. Este é o caso de professores em escolas com alto número de alunos, fiscais de rua, atendentes de hospitais e outros órgãos, que lidam com grande número de pessoas.

Em entrevista coletiva nesta sexta (13), o secretário de Educação do Estado, Rossieli Soares, informou que as aulas do ensino fundamental e médio serão interrompidas gradualmente na próxima semana. Em nota, o governo estadual disse ainda que determinou a suspensão por 60 dias das férias de funcionários da rede estadual da Saúde.

Já a Prefeitura de São Paulo afirmou que, "na próxima semana, agentes da Covisa (Coordenaria de Vigilância em Saúde) reunirão os setores de recursos humanos da administração municipal para devidas orientações sobre o novo coronavírus". A administração municipal diz ainda que além dessa ação, "há boletins com informações sobre sintomas e prevenção também foram disparados para o e-mail geral dos servidores".

Demora

Para a professora e deputada Maria Izabel Azevedo Noronha (PT), presidente da Apeoesp (sindicato dos professores), o estado já deveria ter suspendido as aulas, o que foi solicitado pelo sindicato em fevereiro.

“Em fevereiro, solicitamos a suspensão das aulas seguindo o protocolo que a China aplicou, porque lá eles conseguiram conter a transmissão. Não se esclareceu, até o momento, que protocolos de atuação serão adotados para os serviços públicos que envolvem a concentração de pessoas, tais como as escolas e os equipamentos culturais e esportivos”, diz ela.

Contaminação

Na Prefeitura de SP, o Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo) afirma que já foi registrado na Covisa (Coordenadoria de Vigilância Sanitária em Saúde) da capital um caso de servidor com coronavírus, em 6 de março. Atualmente, segundo a entidade, outros dois funcionários estão afastados por suspeita de contaminação.

Greve no dia 18

As centrais indicais desmarcaram as manifestações públicas previstas para o dia 18 de março, mas os sindicatos de servidores do governo estadual e da Prefeitura de SP estão orientando greve a todos os trabalhadores.

Em nota conjunta com a prefeitura, o Governo de SP informou que está, desde o início de fevereiro, realizando um conjunto de atividades formativas e pedagógicas nas 91 diretorias de ensino informando sobre como evitar a transmissão do coronavírus, e que seus servidores devem adotar a etiqueta de higiene.

"As equipes receberam instruções por meio de manuais e cartilhas em ações alinhadas com a Secretaria Estadual da Saúde. Além disso, foram encaminhados aos pais dos estudantes SMS com dicas de prevenção ao coronavírus”, informa o governo.

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