A Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia de SP) foi à Justiça, nesta semana, contra a decisão do governo estadual de São Paulo de priorizar a testagem para Covid-19, num primeiro momento, a apenas parte da categoria policial.
Integrantes das forças de segurança do estado começam a passar pelos exames nesta sexta-feira (15).
Na última segunda (11), o coordenador do Centro de Contingência para o Coronavírus, Dimas Covas, anunciou durante coletiva com o governador João Doria (PSDB) que a primeira fase de testes contemplaria apenas a Polícia Militar. O novo protocolo prevê a aplicação de teste rápido que identifica anticorpos da Covid-19 no sangue.
"Foi desenvolvido um sistema para testar, neste primeiro momento, 35 mil servidores da Polícia Militar. Numa segunda fase, os seus familiares e também os integrantes das outras forças, como Polícia Civil e Bombeiros, serão testados", afirmou Covas.
A novidade desagradou a categoria de policiais civis, que questionou a divisão na aplicação de testes.
"Ingressamos com uma medida judicial pedindo, em caráter de urgência, que os testes sejam realizados também nesta primeira fase para os policiais civis", diz Gustavo Mesquita, presidente da Adpesp. "O anúncio gerou um sentimento de revolta e injustiça, já que não há lógica para essa distinção das classes policiais num momento em que todos continuam trabalhando", afirma.
Na quarta-feira (13), os policiais civis de São Paulo (SP) receberam nota interna com a informação de que seriam incluídos na primeira fase de testes. Mesquita defende, no entanto, que a aplicação seja feita de forma prioritária para todos os policiais do estado.
"Temos cidades enormes no interior, como Campinas, por exemplo. A testagem não é apenas uma medida humanitária, mas também uma medida importante de política de segurança pública", diz o presidente da Associação dos Delegados. "E, no caso da Polícia Civil, temos ainda o agravante de que 37% do efetivo tem mais de 50 anos e está no grupo de risco."
Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) diz que a primeira etapa, que será realizada entre os dias 15 e 29 de maio, atenderá aos policiais que atuam ou que moram na capital, além dos seus familiares. Para isso, foram disponibilizados 60 aparelhos para os 130 mil exames previstos.
Segundo a pasta, serão 20 pontos de testagem na capital —oito na zona leste, dois na norte, quatro na oeste, cinco na sul e um no centro— todos dentro de batalhões da PM, por meio de sistema drive-thru e estruturas para pessoas a pé.
Para evitar aglomerações, as coletas só serão feitas mediante o agendamento prévio. Os policiais já podem se cadastrar pela internet e registrar no próprio sistema os seus respectivos coabitantes.
Com agilidade na coleta do material, um exame é realizado a cada cinco minutos. Os resultados saem, em média, dentro de uma hora e os diagnósticos e orientações são enviados por meio de SMS aos interessados.
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