Servidores públicos de São Paulo têm pressionado o governo estadual para serem incluídos como categorias prioritárias na vacinação contra a Covid-19 no estado, que tem previsão de início em 25 de janeiro.
Segundo o plano de imunização, anunciado na última segunda-feira (7) pelo governador João Doria (PSDB), serão vacinados primeiro profissionais de saúde, pessoas com mais de 60 anos e grupos vulneráveis, como indígenas e quilombolas. O calendário da primeira e da segunda doses para este público vai de janeiro a março.
Professores estaduais, agentes penitenciários e peritos criminais são algumas das categorias que pedem a inclusão.
A Apeoesp (sindicato dos professores do estado de SP) protocolou, na segunda-feira (7), ofício ao governo de São Paulo solicitando que os professores estaduais também tenham prioridade no calendário que se inicia em janeiro.
Para a deputada estadual Professora Bebel (PT), presidente da entidade, a inclusão dos docentes na primeira leva de vacinados é "fundamental para o retorno às aulas presenciais" da rede pública.
O governo estadual autorizou o retorno às aulas nas escolas públicas a partir da última quarta-feira (9), com restrições, mas, como cada município pode decidir se libera ou não o ensino presencial, não são todas as escolas da rede pública que voltarão, neste momento, ao normal.
Isso, porque muitas delas ainda precisam terminar as adaptações voltadas à diminuição do risco de transmissão de Covid-19. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a prefeitura liberou aulas presenciais regulares apenas para alunos do ensino médio, além das extracurriculares para as demais séries, que já estavam liberadas.
A presidente da Apeoesp argumenta que, até 2019, as campanhas de vacinação contra a gripe consideravam os professores de escolas públicas e privadas como grupo prioritário, em razão do "risco de contágio existente em sala de aula, local de aglomeração de pessoas."
Logo, defende a deputada, os docentes também deveriam ser inclusos na fila de prioridade da vacina contra a Covid-19.
O Sinpcresp (Sindicato dos Peritos Criminais de SP) afirma também ter solicitado a inclusão dos servidores da Superintendência da Polícia Técnico-Científica na primeira etapa da vacinação.
O pedido foi enviado ao secretário da SSP (Segurança Pública Estadual), general João Camilo Pires de Campos, na última semana. "A não inclusão da categoria evidencia mais uma vez o descaso do governo com os servidores da segurança pública, que receberam tratamento diferenciado dos demais que atuam em setores essenciais", diz Eduardo Becker, presidente da entidade.
Os servidores do sistema prisional do estado defendem a inclusão da categoria devido ao alto nível de risco a que os agentes são expostos. "Nós deveríamos estar na prioridade, porque, além de sermos categoria essencial, o sistema prisional está tendo visita. Para nós, após a [categoria da] saúde, deveríamos ser o primeiro grupo [a ser imunizado]", diz Fábio Jabá, presidente do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de SP).
"Estamos trabalhando em lugar que é de grande risco, de grande insalubridade", afirma o dirigente.
Em nota, o governo de São Paulo reforça que a primeira fase do plano de vacinação, previsto para começar em 25 de janeiro, contemplará apenas os grupos já anunciados: idosos, profissionais da saúde, indígenas e quilombolas. "O cronograma de prioridades foi estabelecido visando o grupo de maior vulnerabilidade, que corresponderem a 77% dos óbitos por Covid-19", diz a nota.
A Secretaria de Estado da Saúde afirma que as equipes técnicas estão trabalhando na sistematização dos locais de vacinação, público-alvo e demais estatísticas relacionadas à primeira fase da campanha.
Após a consolidação destes dados, diz a pasta, os detalhes das demais fases da vacinação serão amplamente divulgados para a população.
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