Já faz mais de três anos que a leitora Maria dos Anjos Ruiz, 59 anos, aguarda um retorno do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para seu pedido de aposentadoria por tempo de contribuição.
Moradora de Juquiá (159 km de SP), ela conta que deu entrada na solicitação em fevereiro de 2018.
O pedido foi negado. Então Maria pagou mais oito meses de contribuição facultativa e fez nova solicitação, em 23 de outubro do mesmo ano.
Porém, houve nova recusa por parte do INSS. “Eles indeferiram, dizendo que eu não tinha 30 anos de contribuições, que eram 27 anos e nove meses. Só que eu trabalhei como enfermeira, que dava um período de insalubridade. Então, chegava a 30 anos”, diz Maria.
Ela relata que entregou ao INSS o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), que é o principal documento para provar trabalho em atividade prejudicial à saúde, o que dá direito ao tempo especial. O PPP é fornecido aos trabalhadores que têm exposição permanente a agentes nocivos.
“Porém, não levaram os PPPs em consideração, somente o tempo corrido. Fiz uma longa reclamação, mas faz dois anos que estou aguardando resposta.”
Desempregada e sem receber o benefício, Maria conta que está passando por dificuldades financeiras. Ela está vivendo com a renda obtida na troca de sua casa, na capital paulista, pelo sítio onde mora. “Nessa troca, recebo R$ 1.500 por mês até agosto do ano que vem.
Estou praticamente vivendo do pouco patrimônio que havia adquirido. Tenho passado muita humilhação.”
Processo vai para julgamento, diz INSS
Por meio de nota enviada ao Agora por sua assessoria de imprensa, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) informou que, após o indeferimento inicial do pedido feito por Maria dos Anjos, o recurso da segurada contestando a decisão foi enviado à Junta de Recursos da Previdência Social, que agendará uma data para o julgamento.
“Os processos de recursos são analisados e incluídos em pauta de julgamento de acordo com a ordem cronológica de distribuição”, diz o instituto.
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