Descrição de chapéu Pix

Mais ágil, Pix ganha espaço no comércio popular de São Paulo

Veja como cadastrar sua chave Pix; sistema chega a quase metade dos pagamentos à vista

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São Paulo

A utilização do Pix como meio de pagamento tem crescido no comércio popular desde novembro, quando foi lançado pelo Banco Central. Em alguns casos, a ferramenta já responde por quase a metade dos pagamentos feitos à vista.

O Pix é uma transação feita pelo celular ou computador, e que é concluída em poucos segundos, mesmo aos fins de semana e feriados e para bancos diferentes. Para a pessoa física que faz o pagamento, não há taxas. No caso dos pequenos comerciantes que usam o Pix nas modalidades transferência ou QR Code, a maioria dos grandes bancos comerciais não cobra tarifas.

A instantaneidade e a praticidade do Pix são os principais atrativos para o consumidor. Para os vendedores, a vantagem é a ausência das taxas —o que não ocorre, por exemplo, nas transações com cartão de débito ou crédito.

A comerciante Larissa Pereira Censi, 26 anos, vende lanches naturais e marmitas fit na porta da estação Largo Treze do metrô, na zona sul de São Paulo. Segundo ela, cerca de 40% das suas vendas são pagas no Pix.

“É muito prático. Tem vezes que os clientes, de dentro do metrô, fazem o Pix no valor do produto que querem e, ao chegar aqui, só mostram o comprovante e levam o que querem. É uma agilidade maior”, diz.

Gerente de loja de roupas na mesma região, Verônica Macedo da Silva, 37 anos, diz que, por lá, o percentual dos que usam o Pix para pagar é menor, de 5%. Entretanto, afirma que a procura por esse meio de pagamento vem crescendo.

Enquanto a reportagem do Agora estava na loja em que Verônica trabalha, a manicure Fernanda Chaves chegou ao local para fazer uma compra e, na hora de pagar, escolheu o Pix.

“É bem melhor, pois não precisa ficar andando com cartão. E eu sempre tento negociar um desconto”, diz. Fernanda conta que no seu trabalho como manicure cerca de 50% das clientes pagam com o Pix.

O vendedor Frank Wallace Samele, 23, que trabalha em uma loja de acessórios para celular, afirma que, por lá, a nova ferramenta é responsável por cerca de 10% das vendas. “Muita gente ainda não conhece muito sobre o Pix, então acaba preferindo os cartões.”

A comerciante Anália Souza, 44 anos, dona de uma loja de instrumentos musicais, avalia que há uma tendência de aumento no uso do Pix no comércio, mas acredita que o medo de fraudes ainda faz com que parte dos clientes prefira os meios tradicionais de pagamento.

Segundo o conselheiro-executivo da Alobrás (Associação de Lojistas do Brás), Lauro Pimenta, cerca de 40% dos pagamentos à vista na região do Brás são feitos com o Pix. “Para o comerciante, é muito bom, porque quanto mais pagamentos à vista, melhor, já que há mais capital de giro. A gente estimula o uso do Pix e reverte em desconto para o cliente”, diz.

A economista Kelly Carvalho, da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), avalia que a tendência é de aumento gradativo no uso do Pix no comércio, com destaque para o ecommerce. “Nas lojas virtuais, o Pix tem substituído o boleto. Por conta da agilidade com que o dinheiro cai na conta do vendedor, tem até diminuído o tempo da entrega.”

A tendência de crescimento no uso desse meio de pagamento também é compartilhada por Ulisses Ruiz de Gamboa, da Associação Comercial de São Paulo.

Bancos podem aplicar tarifas para comerciantes

Apesar de o Pix ser gratuito para a pessoa física que faz o pagamento, os bancos podem cobrar taxas das empresas que utilizam essa ferramenta para receber.

Porém, segundo as maiores instituições financeiras do país, geralmente essa cobrança não é feita para o pequeno comerciante.

No Santander, o lojista que recebe via Pix por transferência com a chave ou QR Code não é tarifado. As taxas são aplicadas a empresas maiores, que usam soluções mais complexas, como em grandes redes.

A Caixa diz que, no momento, “todas as transações Pix, tanto para pagamentos quanto para recebimentos, também estão sendo oferecidas de forma gratuita”, mesmo nos casos envolvendo empresas.

O Itaú diz que iniciou a tarifação do Pix para pessoas jurídicas em julho, mas que os recebimentos via QR Code seguem sem cobrança. Clientes MEI (Microempreendedores Individuais) não são cobrados em qualquer transferência com Pix.

No Banco do Brasil, as pessoas físicas, microempreendedores (MEI) e empresários individuais que recebem recursos via Pix não são tarifados.

O Bradesco informa que, para clientes pessoa jurídica, “é praticado o valor negociado ou descrito na tabela de tarifas” divulgada pelo banco. Há carência inicial de até seis meses, dependendo do acordo.

Números do Pix no Brasil

>> Valor das transações com o Pix

Novembro de 2020 R$ 29,5 bilhões
Dezembro de 2020 R$ 121,4 bilhões
Janeiro de 2021 R$ 160 bilhões
Fevereiro de 2021 R$ 197,7 bilhões
Março de 2021 R$ 278,4 bilhões
Abril de 2021 R$ 322 bilhões
Maio de 2021 R$ 392,4 bilhões
Junho de 2021 R$ 441,7 bilhões

Aumento de 1.397,3% entre novembro de 2020 e junho de 2021

>> Usuários que já fizeram Pix

Novembro de 2020 13,7 milhões
Dezembro de 2020 35,7 milhões
Janeiro de 2021 48,8 milhões
Fevereiro de 2021 58,4 milhões
Março de 2021 67,2 milhões
Abril de 2021 74,9 milhões
Maio de 2021 82,5 milhões
Junho de 2021 88,7 milhões

Aumento de 547,4% entre novembro de 2020 e junho de 2021

>> Tipo de transferência de crédito

Junho de 2021 Novembro de 2020
Pix 743.650 350.564
Boleto 342.773 191.703
TED 107.025 44.999
Outros (DOC + TEC + cheque) 29.853 33.514

Saiba mais sobre o Pix

O Pix é uma ferramenta lançada pelo Banco Central e começou a funcionar em novembro do ano passado

Em alguns comércios da cidade de São Paulo, cerca de 40% dos pagamentos à vista são feitos com o Pix

>> O que é o Pix

O Pix é uma ferramenta de pagamento instantâneo criada pelo Banco Central

As transferências são feitas em tempo real 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana e feriados. O dinheiro cai na outra conta em poucos segundos

Para as pessoas físicas, as transferências são gratuitas (diferentemente do que ocorre no TED e no DOC)

O pagamento pode ser feito pelo celular, no aplicativo do banco, ou no computador, por meio do internet banking

>> Como usar o Pix

1) Cadastre sua chave Pix: a chave Pix é a sua identificação no sistema. Por meio dela as outras pessoas poderão transferir dinheiro para você

A chave Pix pode ser seu CPF/CNPJ, telefone celular ou e-mail. Também é possível usar uma chave aleatória gerada pelo Banco Central

O cadastro da chave Pix tem de ser feito no aplicativo ou no site do banco

2) Usando o Pix

Acesse a área do Pix no sistema do seu banco

- Pagar com QR Code
Ao clicar nessa opção, o leitor de QR Code do celular será ativado

Use a câmera para capturar um QR Code (de uma fatura ou informado em uma loja, por exemplo)

- Pix Copia Cola

A pessoa ou empresa receptora irá gerar um código para o pagamento

Ao receber esse código, cole o número no campo informado e prossiga com a transação

​- Transferir

Escolha a chave Pix da pessoa ou empresa: celular, e-mail ou CPF/CNPJ

- Receber

Insira o valor a ser cobrado. Se quiser, preencha os campos de identificação e descrição. Também é possível definir data de expiração

Será gerado um QR Code. A pessoa que for pagar pode usar o celular dela para ler o seu QR Code e transferir o valor

Também é possível gerar um código de pagamento. Copie esse código e envie ao pagador.

Atenção

Confirme os dados da pessoa ou empresa para quem o dinheiro será transferido. Se estiver certo, clique em "continuar"

Informe o valor da transferência, escolha se o débito sairá da conta corrente ou poupança e, depois, escolha "continuar"

Escolha se o pagamento será feito imediatamente ou se quer agendar a transferência

Verifique novamente os dados e o valor e finalize clicando em "confirmar". Se algo estiver errado, escolha "cancelar"

>> Evite fraudes

  • Evite clicar em links desconhecidos
  • Desconfie ao receber pedidos de ajuda financeira pelo WhatsApp
  • Suspeite de promessas de grandes descontos ou dinheiro fácil
  • Não informe seus dados bancários por email ou telefone
  • Tenha sempre um antivírus atualizado

Fontes: Banco Central e reportagem

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