O mercado de carros, como a moda, é cíclico. Já teve a onda das peruas, das minivans, das picapes pequenas e agora é a vez dos utilitários esportivos.
Segundo números da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), quase um em cada quatro veículos vendidos hoje no Brasil é um utilitário esportivo. Até maio, os SUVs eram 24,93% do mercado, perdendo só para os hatchs pequenos, com 34,87%.
Mas nem sempre foi assim. Quem abriu as portas para os jipinhos foi o Ford EcoSport em 2003. Era baseado no Fiesta que foi um sucesso de vendas desde o começo. Naquele ano, os utilitários respondiam por apenas 3,42% do mercado.
O EcoSport reinou sozinho. A concorrência ficou imóvel e tentou respostas pouco efetivas, com versões aventureiras de hatchs e peruas. O primeiro rival de verdade só chegou sete anos depois, o Renault Duster.
Mas foi só no meio da década que a Ford perdeu o trono. Já em sua segunda geração, viu a invasão de rivais maiores e mais modernos, como os atuais líderes Honda HR-V, Jeep Renegade e Hyundai Creta.
E o mercado de utilitários ainda é tão promissor, que muitas marcas abandonaram os carros convencionais para focar em SUVs. A Ford já anunciou que vai tirar de linha Fiesta, Focus e Fusion e focar em jipes no mundo todo.
As chinesas Jac e Chery, que já venderam compactos e minivans, agora só têm aventureiros em suas linhas. A Chevrolet vai nacionalizar o Tracker e a Volkswagen vai lançar outros modelos deste segmento, um menor e outro maior que o T-Cross.
Até marcas de luxo se rendem aos utilitários esportivos
Os fãs dos esportivos da Porsche torceram o nariz quando a marca lançou o jipão de luxo Cayenne, mas têm que agradecer aos utilitários pela marca ainda existir. 53,6% de suas vendas foram de seus SUVs, o Macan e Cayenne.
As outras marcas não ficaram para trás. Mercedes e BMW já vendem jipes de todos os tamanhos. Maserati, Lamborghini e até a Rolls Royce já mostraram seus utilitários de luxo.
A Ferrari já anunciou um modelo deste tipo para este ano também.
Até o icônico Mustang vai emprestar seu nome para um utilitário esportivo com motor elétrico neste caminho sem volta. Ou até haja uma nova transformação do mercado de automóveis.
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