Com a chegada do outono, as temperaturas caem e ocorrem mais doenças respiratórias e alérgicas.
Segundo o otorrinolaringologista Jamal Azzam, as mais comuns são gripe e resfriado, que têm características comuns, mas são causados por vírus diferentes, e pneumonia, que já é mais grave e tem risco de morte.
Além disso, a piora de alergias como rinite alérgica e asma também ocorre nesta estação. Ele diz que os atendimentos por causas respiratórias nos prontos-socorros aumentam de 20% a 40%. Porém, muitas vezes a situação não é grave e o paciente acaba pegando uma infecção na sala de espera lotada.
Azzam recomenda que os pacientes procurem o médico em caso de febre acima de 38 graus, falta de ar, mal estar intenso ou em caso de persistência dos sintomas por mais de uma semana. “É importante citar que não existe gripe de dez dias.
Então o resfriado ou a gripe dura sempre 3, 5 dias, no máximo 7 dias”, afirma. O médico revela ainda que o vírus da gripe sobrevive em superfícies impermeáveis, como vidro ou corrimão, transmissível por até três dias. Por isso, os cuidados devem ser redobrados: lavar sempre as mãos, beber muita água, nunca colocar a mão no nariz, boca ou olhos nos ambientes coletivos, e evitar locais sem ventilação.
Dados da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatológia) apontam que 30% da população brasileira possui alguma reação alérgica, como rinite, bronquite e asma, nesta época do ano. De acordo com Fausto Nakandakari, otorrino do Hospital Sírio-Libanês, os casos de laringite nas crianças são os mais preocupantes, pois a laringe é uma região de passagem de ar. “Então é importante observar se a criança está com dificuldade respiratória”, informa.
Mudança no tempo ainda afeta a pele
O dermatologista Caio Lamunier diz que as viroses costumam causar rash viral e pitiríase rósea, inflamações. “O bom é que a pitiríase rósea assusta bastante, mas ela é autolimitada: se você não fizer nada, em uns dois a quatro meses, no máximo, some tudo”, diz. O tratamento reduz esse tempo. A queda da temperatura e os banhos quentes e demorados ressecam muito a pele e causam as dermatites.
Doenças mais comuns
Gripe
É uma infecção aguda do sistema respiratório, ocasionada pelo vírus influenza. Os mais suscetíveis são as crianças até cinco anos e os idosos acima de 60 anos. A vacina é a melhor maneira de se evitar a gripe e suas complicações. A gripe geralmente dá também febre, mal-estar no corpo, dores de cabeça intensas, tosse e mal-estar. O tratamento é direcionado ao alívio dos sintomas, como analgésicos e antitérmicos.
Resfriado
É causado na maioria das vezes por rinovírus dá coceira no nariz ou irritação na garganta. A maioria não apresenta febre ou apenas febre baixa.
Pneumonia
A pneumonia é uma infecção que se instala nos pulmões. São provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas). Os agentes infecciosos da pneumonia não costumam ser transmitidos facilmente , já é uma situação mais grave. O tratamento requer o uso de antibióticos e a internação hospitalar pode ser necessária. Os sintomas incluem tosse intensa com secreção (amarelada ou esverdeada), dores nas costas ou no peito, falta de ar e mal-estar intenso.
Rinite alérgica
As rinites pioram, gerando crises de espirro, coceira no nariz, nariz entupido intenso, bastante coriza, saída de secreção mais clara e tosse. A principal causa é alérgica. Pode usar antialérgico e introduzir um tratamento para o nariz, como um corticosteroide nasal
Asma
A asma já dá um quadro de falta de ar com tosse seca e chiado no peito. Também ocorre por um processo alérgico, pode ser em decorrência do contato com substância como poeira, mofo, pelo de gato e pelo de cachorro. Pode usar antialérgico e um corticosteroide tópico, aquelas bombinhas. Pode fazer inalação com broncodilatadores e em casos muito graves entrar com corticosteroide oral.
Faringite
Inflamação da faringe. Normalmente é uma doença viral.
Laringite
É mais preocupante nas crianças, pois como pode evoluir para falta de ar. O tratamento é fazer inalação no pronto-socorro, com adrenalina e, eventualmente o corticosteroide oral. Se for bacteriana deve-se tratar com antibiótico
Sinusite
Também aumenta a incidência nesta época do ano e as suas complicações por consequência. Pode causar pus dentro dos olhos. Nariz entupido, saída de secreção nasal, dor facial, diminuição do cheiro, tosse e febre baixa são sintomas. Tratado com antibiótico e xarope, por em torno de 10 a 14 dias.
Otite
Infecção no ouvido causada por bactéria ou vírus. A secreção vem muitas das vezes da garganta ou do nariz do próprio paciente e acaba indo parar dentro do ouvido. Tratamento com antibiótico por sete dias.
Rash viral
Inflamação vermelha na pele por causa das viroses. É a mais comum e dura dois ou três dias. Não precisa tratar.
Pitiríase rósea
É bem características do outono: dá várias manchas na pele. Não é alérgico nem contagioso. O tratamento é a base de creme para acelerar o sumiço e de três a quatro semanas resolve.
Dermatites ou a chamada eczema
Ocorrem com a queda na temperatura no outono e por causa de banhos quentes e demorados, que ressecam e sensibilizam a pele. Em geral, as dermatites são tratadas com creme de corticoide.
Saiba o que fazer para evitar
Lave as mãos sempre e use álcool gel
Beba muita água para manter o corpo hidratado
Nunca colocar a mão no nariz, na boca ou nos olhos nos ambientes coletivos
Evite ambientes fechados e sem ventilação
Mantenha o sono, uma atividade física regular e uma alimentação balanceada, isso faz com que a imunidade do corpo esteja sempre em alta
Umidificadores devem ficar ligados a noite inteira neste período, sem preocupação de gerar umidade porque o ar está seco
O inalador é algo muito bom para o umedecimento da via respiratória
Quem está doente não deve espirrar ou tossir para o ambiente, sem proteção, nem deve proteger com a mão
O ideal é usar um lenço de papel descartável ou, em último caso, tossir na manga da própria camisa
Usar máscara quando tiver muita tosse
Fontes: O otorrinolaringologista Jamal Azzam; Fausto Nakandakari, otorrinolaringologista do Hospital Sírio-Libanês; e o dermatologista Caio Lamunier, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e do Hospital das Clínicas; Ministério da Saúde Especialista: otorrinolaringologista, alergista, pediatra e dermatologista
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