Ao menos 30% dos funcionários do Samu (serviço de ambulâncias de emergência) cruzaram os braços entre o meio-dia e às 19h desta segunda-feira (1), por conta do fechamento de 31 bases do serviço.
Os manifestantes discordam da reestruturação das bases feita pelo governo municipal, que entrou em vigor nesta segunda. A alegação da prefeitura é a de que a mudança aumenta o número de postos do Samu de 58 para 78.
Em assembleia, realizada de tarde, foi aprovado que os funcionários estarão em estado de greve até a próxima terça-feira (9). Durante este período, os manifestantes pretendem dialogar com a prefeitura. “Se não houver abertura de diálogo, os funcionários do Samu entram em greve no próximo dia 9, a partir das 7h”, afirmou João Gabriel, vice-presidente do Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo).
Nesta terça (2), o sindicato pretende entregar ao prefeito um ofício, com a pauta de reivindicações dos trabalhadores. Entre elas está o retorno das equipes às respectivas bases modulares e plantões de trabalho; viaturas de SBV (Suporte Básico de Vida) com um condutor e dois auxiliares de enfermagem, além de abertura de concurso público para todas os cargos que compõem o Samu.
Uma funcionária afirmou, em condição de anonimato, que as equipes foram transferidas de “bases” para “pontos de atendimento”. “Perdemos a estrutura de trabalho. Estão nos tirando de locais que proporcionavam um bom serviço, para ambientes insalubres e inadequados”.
Com a perda das 31 bases, as equipes passarão a ocupar salas em postos de saúde, unidades de assistência ambulatorial, hospitais e centros de atendimento psicossocial.
O motorista de aplicativo Fábio Gonçalves Defante, 38, sentiu na pele a demora do atendimento, antes mesmo da mudança determinada pelo governo municipal.
Ele esperou por cerca de seis horas, neste domingo (31), para que uma unidade do Samu o levasse ao hospital. “Me machuquei no último dia 23, mas não sabia que era grave. Chamamos o Samu na ocasião, mas nenhuma viatura veio. Como a dor piorou ontem [domingo] resolvemos chamar o serviço novamente”, disse.
Resposta
A prefeitura afirmou que 2% dos funcionários do Samu declararam adesão à greve. Acrescentou que a “descentralização” do serviço “está apenas começando”. “Os problemas exaustivamente relatados e manipulados pelo sindicato são exatamente aqueles que a descentralização ataca, buscando a melhoria do serviço”, diz trecho de nota.
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