A má gestão financeira em condomínios, por parte dos síndicos, pode acarretar em prejuízo para todos os moradores do prédio, que são obrigados a gastar além do necessário e do obrigatório.
O advogado e também síndico Wanderson Tavares afirmou que quando assumiu a administração do prédio onde vive, na Barra Funda (zona oeste), as contas estavam no vermelho, por causa da gestão anterior. “Um problema foi a questão trabalhista. Precisávamos pagar uma rescisão de R$ 25 mil para um ex-funcionário e não tínhamos dinheiro em caixa”, explicou o síndico.
A solução foi repassar a dívida aos moradores, que pagaram uma taxa extra, além do condomínio.
O advogado Alexandre Callé, especialista em condomínios, disse que, além das questões trabalhistas, a inadimplência é um fator “determinante” para desestabilizar as finanças. “Uma má gestão, que não faz o trabalho de cobrança direito, vê a inadimplência aumentar e, com isso, não sobra dinheiro para fazer reformas”, afirmou o especialista.
O síndico Francesco Andrade, 70 anos, conta que quando assumiu há 15 anos a administração de um prédio em Perdizes (zona oeste), a arrecadação de grana ficou abaixo do esperado por conta da inadimplência e de pagamento de rescisões. “Era uma situação difícil”, afirma.
A solução, segundo ele, foi substituir a administradora do prédio, demitir funcionários antigos, com encargos altos. “Tomamos a decisão de enxugar a folha de pagamento e manter contratos de, no máximo, três anos”.
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