Após audiência de apresentação com os jovens, que aconteceu nesta terça (4), em Carapicuíba (Grande SP), a representação do Ministério Público foi recebida pela Justiça. A audiência acabou por volta das 22h30. Três adolescentes ficaram apreendidos e os demais foram entregues aos pais.
O processo terá continuidade com a oitiva de vítimas e testemunhas. A Justiça é quem determinará o tipo de medida socioeducativa a ser cumprida pelos adolescentes, desde prestação de serviços à comunidade em meio aberto até a internação em uma unidade da Fundação Casa (privativa de liberdade).
Dez alunos estão envolvidos nas cenas de vandalismo dentro da sala de aula na Escola Estadual Maria de Lourdes Teixeira, em Carapicuíba (Grande SP), ocorridas no último dia 30. As imagens que circulam nas redes sociais mostram alunos gritando e jogando cadernos, livros e carteiras escolares contra uma professora de língua portuguesa e de inglês, com 45 anos de vida e 26 anos de carreira.
Com crise de estresse pós-traumática, a docente continuava internada no Hospital do Servidor Público Estadual, na Vila Clementino (zona sul), desde a madrugada de segunda-feira.
A Polícia Civil apreendeu, na segunda-feira (3), nove adolescentes, de dez suspeitos. Eles foram autuados por "associação criminosa". Um dos suspeitos foi levado pela mãe.
Sem flagrante
Para o especialista em direito da criança e do adolescente Ariel de Castro Alves, a apreensão dos nove adolescentes pela polícia foi ilegal. Segundo ele, já não havia mais flagrante. "Não havia mais flagrante, no momento do ato infracional ou logo após, já que as gravações são de 30 de maio e a apreensão realizada dia 3", diz Castro Alves.
Procurada, a Polícia Civil afirma que "todos os direitos dos adolescentes foram integralmente respeitados" no caso.
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