A presença constante de pedintes, áreas com iluminação insuficiente e consumo de drogas nas imediações de terminais de ônibus são alguns dos problemas que provocam desconforto e sensação de insegurança em usuários do transporte público de São Paulo.
O Vigilante Agora visitou dez terminais no início da semana passada, dois por região da cidade, para verificar as condições de segurança e conservação dos locais e no entorno. Na ocasião, passageiros relataram casos de roubo recentes em ruas próximas e até mesmo dentro dos ônibus.
Nesse sentido, o terminal Vila Nova Cachoeirinha (zona norte) foi o pior dos locais visitados. Na plataforma, três pessoas que aguardavam na fila relataram à reportagem que foram roubados nas últimas semanas _um deles, o cobrador.
Segundo seu relato, ele estava no fundo do ônibus, retirando o lixo antes do coletivo seguir viagem, quando um passageiro apontou na direção da catraca. "Quando eu vi, tinha um homem tirando dinheiro da caixa. Fui atrás, mas ele saiu correndo quando percebeu", afirmou o funcionário, que preferiu não ser identificado.
A dona de casa Ângela Almeida teve o celular roubado no dia anterior à visita da reportagem, dentro do 971X-10, que leva a Santana (zona norte). "Um cara começou a esbarrar em mim perto da saída, pensei que estivesse me encoxando e gritei até ele sair. Quando percebi, minutos depois, ele tinha levado meu telefone", disse. Ela compareceu a uma delegacia, mas não conseguiu registrar a ocorrência pois era domingo.
No terminal Barra Funda (zona oeste), também foram relatados roubos frequentes nas imediações, assim como no Amaral Gurgel (centro). Segundo testemunha, os ladrões passam de bicicleta para levar celulares de pedestres distraídos.
Nos dois locais, moradores de rua e pedintes causam constrangimento aos usuários do transporte.
Resposta
A SPTrans, ligada à gestão de Bruno Covas (PSDB) na Prefeitura de São Paulo, disse que não recebeu nenhuma denúncia de roubo dentro dos ônibus no terminal Cachoeirinha, mas que o espaço passa por "manutenções preventivas e corretivas constantemente".
A empresa disse também que áreas externas aos terminais estão fora de sua área de atuação.
Quanto ao terminal Itaquera, a SPTrans disse que acionou a assistência social para realizar abordagens com os moradores de rua. O mesmo ocorre nos outros locais onde houve relatos similares.
O Metrô de São Paulo, responsável pelos terminais Santana, Barra Funda e parte do Itaquera, afirmou que segurança e limpeza são preocupações constantes.
"O Metrô adota um rigoroso plano de segurança interna nas áreas que opera. No terminal de ônibus há seguranças em ronda divididos em turnos, além dos que trabalham na estação", disse a companhia.
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