Botão de emergência ajuda socorro a idoso ser mais rápido

Com pacotes mensais, que custam a partir de R$ 149, dispositivo dá alerta sobre acidentes

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Thereza Aparecida Mendes Lopes, 84 anos, usa pulseira com botão de segurança há dois anos
Thereza Aparecida Mendes Lopes, 84 anos, usa pulseira com botão de segurança há dois anos - Rivaldo Gomes/Folhapress
São Paulo

Quem tem um idoso em casa sabe que a preocupação com o seu bem-estar e o risco de quedas são constantes. Por isso, famílias têm recorrido a tecnologia em busca de socorro rápido em casos de acidentes.

Uma pulseira com botão de emergência, que ganhou de presente de uma amiga há aproximadamente dois anos, deixou a dona de casa Thereza Aparecida Mendes Lopes, 84 anos, de Perdizes (zona oeste), e sua família mais tranquilas. 

É um dispositivo, com pagamentos de mensalidades que variam de acordo com a marca, que presta auxílio ao idoso em caso de queda ou se ele estiver passando mal e precisar de ajuda.

Quando o botão é acionado, a pulseira envia um sinal a uma central telefônica com atendimento 24 horas. Por meio de um painel com viva voz, que fica acoplado ao telefone residencial, uma pessoa tenta falar com o acidentado. Se não tiver sucesso, aciona alguém da família ou conhecido.

Na aquisição é feita uma entrevista com o idoso sobre seu estado de saúde. Nela, é fornecida a lista de telefones de parentes ou amigos que ficam mais próximos fisicamente (a recomendação é que a relação tenha pessoas com acesso à residência). 

Em comodato, a empresa entrega a pulseira emborrachada com um botão de emergência e o aparelho que traz viva voz e microfones potentes.

Dependendo do pacote contratado, existe a possibilidade de o atendimento ser feito por equipe médica, inclusive com ambulância que, se necessário, leva o idoso a um hospital. Nesse caso o preço do pacote pode subir. 

"Não tiro a pulseira nem na hora do banho", afirma dona Thereza. "Como moro sozinha, me sinto protegida. E até a minha família fica mais confiante. Sou ativa, faço o serviço de casa e saio bastante", diz a idosa, que garante nunca ter precisado apertar o botão de emergência.

Para geriatra, ainda existe receio de uso

O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Carlos André Uehara, acredita que dispositivos para acionamento de emergência são bons, mas ainda há resistência de idosos no uso do aparelho. 

"Como a aparência não é muito atraente, alguns idosos acreditam que o aparelho os rotula como alguém que precisa de cuidados especiais", afirma. "Também Há casos em que eles se esquecem de colocar a pulseira. A grande dificuldade é a adesão e a utilização de forma contínua. É necessário mudar este comportamento, pois o aparelho melhora a sensação de segurança para o idoso e sua família", afirma.

Independentemente de uso de tecnologia, o geriatra diz que a família deve estar sempre atenta aos idosos. "A queda pode levar um idoso à morte devido a complicações ocasionadas durante a internação, como tromboses e pneumonia. Outro problema é a restrição das atividades e consequentemente o isolamento social", afirma.

Segundo o ELSI-Brasil (Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros), cerca de 30% das pessoas da terceira idade relataram pelo menos um episódio de queda no último ano e 25% delas precisaram ser levadas a hospitais, sendo que 2% sofreram fraturas. 

Sensação de que alguém toma conta proporciona segurança

Na opinião do fisioterapeuta especializado em geriatria pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Cadu Ramos, dispositivos de emergência são eficientes e trazem mais tranquilidade à família do idoso, principalmente quando ele mora sozinho.

"Pelo relato de pacientes, apesar de a pulseira ser bastante eficaz, a sensação de segurança não surge durante a caminhada, por exemplo, até porque alguns reclamam de fraqueza nas pernas e, principalmente, da situação das calçadas. A confiança vem do fato de o idoso saber que alguém vai ajudá-lo com rapidez, em caso de necessidade", afirma.

Em maio do ano passado, a dona de casa Aparecida Noronha Guerra, 77 anos, de Santo André (ABC), caiu dentro do apartamento onde mora e quebrou o fêmur esquerdo. Após cirurgia, precisou dos serviços de acompanhamento em casa de acompanhamento por um fisioterapeuta. 

Por medo de um novo acidente, sua filha decidiu comprar o dispositivo para os momentos em que ela fica sozinha em casa.  "O aparelho dá a sensação de que tenho alguém olhando ela por mim", diz. 

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