Mães que têm filhos matriculados na rede pública de ensino da Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), estão reclamando do atraso na entrega de leite do programa Leve Leite. O benefício é destinado para crianças em situação de vulnerabilidade social.
A dona de casa Elaine Cristina da Silva, 41 anos, afirmou que não entende o motivo de seu filho Pedro Henrique, 4, e seu neto Lucas Gabriel, 2, não receberem o leite que deveria ser fornecido pela administração municipal.
Elaine conta que o filho recebia o leite quando estava na creche, ainda em 2017, mas do ano passado pra cá, quando ele foi para uma escola de educação infantil sob a gestão Covas, parou de receber. Já o neto está na creche desde o início do ano.
“Esse leite faz muita falta aqui em casa, pois estou desempregada e moramos todos juntos”, afirmou a dona de casa.
A dona de casa Alessandra Severo do Nascimento, 27 anos, também não recebeu neste ano o leite para o filho João Leonardo, 3, que está matriculado em uma creche da rede municipal de ensino.
“Falaram para eu comparecer ao Cras [Centro de Referência de Assistência Social]. Eu fui, mas lá disseram que era um problema dos Correios que faz a entrega. Isso prejudica muito, porque meu filho depende deste leite”, afirmou a dona de casa.
Crítica
A autônoma Ana Paula de Melo, 41 anos, colocou a filha Yasmim, 3, na creche da rede municipal neste ano e lá foi informada que receberia o leite fornecido pela prefeitura. “Minha filha começou na creche em fevereiro e em junho eu recebi apenas um pacote de um quilo de leite”, afirma.
“Depois disso recebi um email dizendo que eu receber o restante, mas até agora nada. Não sei qual é a lógica”, completou.
O programa Leve Leite passou por reformulações desde 2017, quando João Doria (PSDB), atual governador do estado, assumiu a prefeitura.
A proposta da gestão era atender crianças que estavam na fila de espera por uma vaga na creche. Porém, para isso reduziu a idade dos alunos que até então recebiam o benefício.
Resposta
A Secretaria Municipal de Educação, sob a administração de Bruno Covas (PSDB), disse que os alunos Pedro Henrique e Lucas Gabriel não estão cadastrados no programa Leve Leite.
Segundo a administração municipal, o aluno João Leonardo estava com dados divergentes. A secretaria afirma que a situação já foi regularizada e na próxima entrega o estudante deverá receber o leite por parte da prefeitura.
Com relação à aluna Yasmim, a secretaria diz que o recebimento do benefício está normal.
Segundo a secretaria, o Leve Leite atende atualmente 320 mil alunos, 10 mil a mais do que no ano passado.
A administração municipal afirmou, em nota, que o investimento previsto para o programa em 2019 é de R$ 74,2 milhões.
A secretaria disse ainda que o programa foi “redesenhado”. Segundo a administração municipal, a partir de 2017, a mudança visou “focalizar o público sujeito a vulnerabilidades”.
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