Reposição hormonal depende de avaliação de cada paciente

Tratamento é indicado para mulheres na menopausa para aliviar sintomas como ondas de calor

Quando a mulher começa a sentir os primeiros sintomas da menopausa, como as ondas de calor e as alterações de humor, muitas ficam na dúvida entre fazer ou não a reposição hormonal. O receio de agravar ou desenvolver doenças, como o câncer de mama, faz com que muitas desistam do tratamento.

O ginecologista Cesar Eduardo Fernandes, presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), explica que a reposição hormonal é um tratamento que oferece riscos às pacientes como qualquer outro procedimento médico ou cirúrgico.

Por isso, ele diz que é fundamental avaliar o quanto os sintomas afetam a qualidade de vida da mulher e quais os riscos e benefícios que o tratamento pode trazer. Ou seja, a indicação ou não da reposição hormonal depende de uma avaliação individual de cada paciente.

Segundo Fernandes, 80% das mulheres terão os sintomas da menopausa, como as ondas de calor, as alterações de humor, a dificuldade para dormir, vagina seca, entre outros. A intensidade desses sintomas, quais deles ela vai sentir e quando, vai variar de mulher para mulher. Não há uma regra.

O primeiro passo antes de iniciar o tratamento é verificar se a mulher não tem contraindicação para repor o hormônio. Não podem fazer reposição hormonal as mulheres que têm doenças graves no fígado ou com câncer de mama ou do endométrio. "No caso do câncer, os hormônios atuam nas células malignas, promovendo o seu desenvolvimento", afirmou Fernandes.

As mulheres que não têm contraindicação e ainda assim têm receio de fazer a reposição, o ginecologista ressalta que o risco de desenvolver câncer de mama existe, porém, a incidência é muito pequena (sobe de 30 para 38 casos em cada 10.000 mulheres) e não deve ser motivo para desistência, pois também traz benefícios, como eliminar os sintomas da menopausa e previne a osteoporose.

Procure ajuda

A endocrinologista Dolores Pardini, integrante da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo), explica que a partir dos primeiros sintomas da menopausa a mulher já deve procurar orientação médica para fazer ou não a reposição hormonal.

Segundo a endocrinologista, além da avaliação clínica da mulher, o médico precisará solicitar um exame que para confirmar a falência dos ovários. O órgão é o responsável pela produção dos hormônios sexuais, estrogênio e progesterona.

Quando o ovário deixa de produzir o estrogênio, a mulher começa com os sintomas da menopausa e para de menstruar ou tem a menstruação irregular até parar definitivamente.

O segundo passo para prosseguir ou não com a reposição hormonal é verificar se a mulher tem contraindicação. "Por isso é fundamental a individualização do tratamento", disse.
Segundo Dolores, atualmente há doses mais baixas de hormônio, que são administrados por meio de gel, adesivo ou comprimidos, por exemplo.

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