Sacolões têm bons produtos, mas falham na infraestrutura

Alguns locais não possuem estacionamento, acessibilidade e até banheiros

São Paulo

Apesar de terem produtos de boa qualidade e com preços atrativos, os sacolões públicos da capital têm problemas de infraestrutura. O Vigilante Agora visitou 5 dos 19 sacolões da cidade na semana passada e encontrou locais ultrapassados e sem manutenção. 

Faltam banheiros ou eles estão sem condições de uso devido a sujeira. Não há estacionamento para os clientes e a sinalização é falha. A acessibilidade, por exemplo, é ignorada em muitos desses locais, que são administrados por permissionários (pessoas que ocupam o local e exploram comercialmente com a permissão estabelecida em contrato).

O sacolão da Bela Vista (região central), que fica embaixo do viaduto Jaceguai, precisa de reforma. A fachada desbotada quase não identifica o sacolão. No interior, as paredes precisam de pintura e o piso tem de ser trocado. O local também não dispõe de banheiro para uso do público. Faltam ainda placas de orientações. 

A variedade dos produtos  oferecidos também deixa a desejar, se comparada às outras unidades visitadas. No lado externo, a calçada que dá acesso ao sacolão acumula lixo e entulho descartados irregularmente. 

Bom preço

É dentro do bloco C do Mercado Dr. Américo Sugai, em São Miguel Paulista (zona leste), que funciona o sacolão municipal. “Frequento aqui direto porque moro próximo, gosto da qualidade e do preço”, afirma Bernardino Barbosa da Silva, 67 anos, professor aposentado.

A unidade da zona leste tem banheiros limpos e boxes que vendem diversos produtos. O local ainda possui estacionamento, mas ele é pago. 

O sacolão da Freguesia do Ó (zona norte), fundado em 1981, passou por revitalização e merece ser visitado. O local é organizado e tem boa oferta de produtos “Uma vez por semana estou aqui”, diz a dona de casa Maria do Rosário Rufino, 52 anos, com a sacola cheia.

Prefeitura diz fazer fiscalização

A Secretaria Municipal das Subprefeituras, gestão Bruno Covas (PSDB), disse, em nota, que todos os sacolões “são fiscalizados regularmente” pela supervisão do Departamento de Abastecimento e Agricultura da cidade.

Os estabelecimentos possuem termo de permissão de uso, intransferível, por prazo indeterminado.
Entre as obrigações das permissionárias estão fixar, em local visível, placas identificativas e dos preços das mercadorias. Os locais deverão ser mantidos em boas condições de uso, higiene e limpeza.

Sobre o lixo acumulado na calçada do sacolão municipal da Bela Vista, a secretaria não respondeu. Também não informou se os problemas e falhas apontados pela reportagem serão levados e cobrados dos permissionários responsáveis pelos serviços no espaço público. 

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