Viaduto no centro de SP é liberado parcialmente após incêndio

Ônibus e caminhões estão proibidos de circular pelo local até nova vistoria

O viaduto Alcântara Machado, continuação da avenida Radial Leste na região do Brás (centro da capital paulista), foi parcialmente liberado para veículos leves no fim da manhã desta sexta-feira (13) pela prefeitura. 

O Viaduto Alcântara Machado foi parcialmente liberado no fim da manha desta sexta-feira (13) apos bloqueio provocado por um incêndio que atingiu barracos que ficam sob a estrutura - Rivaldo Gomes/Folhapress

O viaduto foi interditado na noite de quinta-feira (12) depois que um incêndio, ainda de causa desconhecida, atingiu barracos que ficavam embaixo da estrutura de concreto do local. Não houve registro de vítimas.

A interdição total levou 16 horas. Somente depois da vistoria realizada nesta manhã pelos técnicos da Secretaria de Infraestrutura Urbana foram liberadas três pistas de cada lado. No total, são cinco faixas no sentido bairro e quatro no sentido centro da cidade.

“O dano aqui não é estrutural de acordo com as primeiras avaliações dos técnicos da Secretaria de Obras”, afirma o prefeito Bruno Covas (PSDB), que esteve na manhã desta sexta no local e falou com a imprensa. Toda a recuperação deve levar ao menos dois meses. Ainda segundo o tucano, daqui uma semana será feita nova vistoria.

A primeira liberação ocorreu no sentido centro, em torno de 11h. Quase 40 minutos depois, no sentido bairro. Ônibus e caminhões, que já têm restrição de horário no viaduto, estão proibidos de trafegar nas vias.

Com a interdição, o trânsito no entorno praticamente parou em várias regiões nas primeiras horas da própria quinta-feira (12), após o incêndio. O efeito chegou, por exemplo, na avenida do Estado, no sentido centro-bairro, quando congestionamento de carros era imenso por volta das 22h.

Mas a situação ficou ainda pior na manhã desta sexta. As pistas da Avenida Alcântara Machado acabaram completamente paradas. Ao longo do dia, mesmo com a liberação parcial do viaduto, o corredor de ônibus mostrava o problema, com um coletivo atrás do outro.

"Pelo horário, o trânsito aqui está anormal", diz o gerente comercial da Concessionária Nissan, Wilson Nakasima, 50 anos. A loja fica a poucos metros do viaduto. "Sem dúvida, que afeta o movimento. O cliente não consegue chegar. Sem falar, que quando ocorre um evento do tipo, as pessoas costumam evitar de passar por aquele local", afirma.

A prefeitura diz em nota que a contratação emergencial da obra de recuperação e do laudo estrutural do viaduto será publicada nos próximos dias. 

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), foram colocados 30 painéis luminosos em pontos estratégicos, a fim de alertar os motoristas sobre a ocorrência no viaduto. De acordo com a empresa, as concessionarias foram comunicadas para colocarem alertas e alternativas nas praças de pedágio e painéis informativos de acesso à capital.

Os motoristas que se deslocam de locais mais distantes podem utilizar como alternativa o rodoanel e o minianel viário. A marginal Tietê e a avenida do Estado são opções para os motoristas que saem da Vila Prudente e da Mooca (zona leste). A avenida Celso Garcia também é boa alternativa. 

Investigação

A Polícia Civil apura as circunstâncias do incêndio. O 8º Distrito Policial aguarda os resultados dos primeiros laudos periciais em execução, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública.

De acordo com moradores ouvidos pela reportagem, o fogo teria começado em um barraco próximo da pista lateral da Avenida Alcântara Machado, no sentido bairro. Isso em torno de 19h.

“Só ouvi gritarem fogo, fogo, quando estava dentro do barraco. Peguei os documentos e pulei fora correndo”, conta Dennis Martins, 44 anos, que morava há dois anos embaixo do viaduto e mexe com reciclagem de lixo.

Quase 16 horas depois, o morador ainda exalava o forte cheiro de fumaça na roupa. “A noite foi longa”, diz, sem saber para onde ir.

Apenas uma família, segundo o prefeito, aceitou abrigo. A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social diz que 65 pessoas viviam no local, completamento destruído pelo fogo - moradores e comerciantes locais, porém, afirmam que ao menos 200 moravam ali.

 

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