A Justiça revogou na noite desta quarta-feira (23) a prisão do corretor de imóveis Guilherme Mendonça de Matos, 33 anos, acusado de matar com quatro tiros um policial civil aposentado de 79 anos, no último dia 6, em Cidade Dutra (zona sul da capital paulista). Ele estava detido desde o último dia 17, quando foi preso em cumprimento a mandado de prisão temporária de 30 dias.
A Ouvidoria das polícias de São Paulo disse ao Agora, na terça-feira (22), que existiam fragilidades na acusação contra Matos e que não via sustentação na prisão.
Segundo o irmão de Matos, o também corretor de imóveis Rodrigo Mendonça de Matos, 32, Guilherme estava na casa da namorada, em Taboão da Serra (Grande SP), quando o policial civil aposentado José Dirceu Gordilho foi morto em frente à sua residência.
De acordo com a polícia, Gordilho pediu para que a mulher abrisse o portão da sua casa, pois havia esquecido o chave. Antes que ela saísse, um homem atirou contra o policial e fugiu em um VW Gol branco.
Após o assassinato, a polícia localizou o carro usado na fuga, carbonizado, a cerca de 800 metros da casa da vítima. Com base no número das placas e chassis, identificaram os nomes dos últimos proprietários do veículo, incluindo o de Guilherme -- que vendeu o veículo em 2014.
Ainda no dia do crime, segundo inquérito policial, a polícia mostrou uma foto do corretor à viúva e à neta do policial. Ambas reconheceram ele como autor dos disparos “sem sombras de dúvidas.”
A foto usada para o reconhecimento, no entanto, foi feita em 2009 e consta na CNH (Carteira de Habilitação) de Guilherme.
Segundo o advogado Razuen el Kadri, a revogação ocorreu diante de provas apresentadas pelo defensor e por parentes de Guilherme, que comprovariam, por exemplo, que o corretor estava na casa da namorada, na Grande São Paulo, quando o policial foi morto na capital paulista.
Kadri acrescentou que vai trabalhar, a partir de agora, para que o corretor não seja submetido a um julgamento. “Acredito na Justiça. Assim como mostramos, em um primeiro momento, que ele [Guilherme] é inocente, vamos comprovar isso o processo inteiro”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de o corretor ser julgado, o defensor disse que, caso isso aconteça, ele e o cliente irão ao tribunal “sem medo”. "Os jurados julgam com honestidade, transparência e competência”, ressaltou.
Com a soltura de Guilherme, o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) terá mais 60 dias para investigar o caso, segundo determinado pela juíza Renata Carolina Velloso Roos, da 3ª Vara do Júri.
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