Dois vídeos feitos com celular mostram um policial militar agredindo jovens supostamente na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, na madrugada deste domingo (1º). Na ação, nove jovens morreram supostamente pisoteados, após a PM realizar a dispersão de cerca de 5.000 pessoas que participavam de um baile funk.
reportagem apurou que as imagens já estão com a Corregedoria da Polícia Militar, que investiga a ação de policiais militares na ação. Até o momento, seis foram afastados do serviço operacional.
Segundo um dos vídeos, um PM usa uma longa barra para agredir jovens, que passam com as mãos levantadas ao alto. Enquanto realiza as agressões, algumas nos rostos das pessoas, o policial dá risadas. Ainda segundo as imagens, ele agride um rapaz que passa de muletas.
Rafael Alcadipani, professor da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas) e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirmou que as imagens do PM agredindo os jovens é “completamente inaceitável”. “Isso está fora de qualquer protocolo [de ações da PM]. A PM é responsável por uma ação extremamente cruel dentro de uma periferia [Paraisópolis]. Isso é inaceitável. O governo Estadual e o comando da PM precisam assumir a responsabilidade e parar de escamotear o que está acontecendo [violência policial].”
Seis policiais militares foram afastados dos serviços operacionais enquanto a morte de nove pessoas, ocorrida na favela de Paraisópolis, é investigada pela Polícia Civil e a Corregedoria da PM.
A PM confirmou a informação nesta segunda-feira (2), porém usando o termo “preservados” aos policiais que no momento estão fora das ruas. “Os PMs não serão afastados, mas sim preservados [dentro do batalhão] neste momento. Não há, até agora, nenhuma evidência de erro por parte dos policiais”, afirmou o tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da corporação na segunda-feira (2).
O escritório Capano, Passafaro Advogados Associados assumiu a defesa dos seis policiais afastados. Por telefone, a empresa afirmou que o advogado Fernando Capano aguarda ter acesso integral ao inquérito policial, além de conversar com os PMs, para posteriormente se manifestar sobre a defesa.
A PM foi questionada se o policial já foi identificado e quais medidas serão tomadas contra ele, por conta das agressões gratuitas. A corporação não se manifestou até a publicação desta reportagem.
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