Polícia descobre 'centro de treinamento' para rinha com mil galos em SP

Aves estavam em imóveis da zona sul e seriam usadas para rinhas

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São Paulo

A polícia descobriu um local usado para a criação e treinamento de galos de rinha, por volta das 7h desta terça-feira (14), na região do Grajaú (zona sul da capital paulista). No terreno, com três imóveis, havia cerca de mil aves. 

Dois caseiros e o dono do terreno, cujas identidades não foram informadas pela polícia, foram encaminhados à Delegacia do Meio Ambiente de Santo André (ABC), onde seriam indiciados por maus-tratos.

De acordo com a polícia, os imóveis do terreno eram usados para a criação, treinamento e realização de rinhas. "Um dos galpões é muito sofisticado, com viveiros e muitas gaiolas onde animais são mantidos antes e após as lutas", afirmou o chefe de investigações Renzo Angerami. 

Alguns galos apresentam ferimentos decorrentes das lutas que participam. Também foram encontrados filhotes, que seriam usados nas rinhas quando adultos. 

Este é o segundo caso envolvendo rinhas de galos descoberto pela polícia no estado de São Paulo nos últimos 15 dias.  

 
A polícia descobriu um local usado para a crianção e treinamento de galos, para que lutem em rinhas, por volta das 7h desta terça-feira (14) na região do Grajaú (zona sul da capital paulista). No local foram encontradas cerca de mil aves - Divulgação/Polícia Civil

Segundo o investigador, policiais de Santo André monitoram desde agosto do ano passado as ações de um grupo especializado na criação, treinamento e organização de rinhas de galo. 

Tudo começou, de acordo com o policial, quando uma rinha foi descoberta em Mauá (ABC) por guardas-civis da cidades. Na ocasião, ninguém foi preso, diz Angerami, pois olheiros teriam alertado sobre a chegada da polícia. “Apuramos que cerca de 500 pessoas participavam dos eventos”, afirmou. 

No local, foram apreendidos cadernos que ajudaram a polícia a entender como funciona o esquema dos organizadores de rinhas. “Verificamos a existência de uma associação criminosa, em que há o criador das aves, a pessoa que fabrica as gaiolas, o veterinário, o produtor de esporas e ponteiras [usadas nas lutas] e, claro, os apostadores”, disse o policial do ABC. 

Alguns frequentadores das rinhas, de acordo com a polícia, chegam a apostar R$ 5.000 em um único galo. 

Angerami diz ainda que, em setembro do ano passado, a polícia descobriu um produtor de gaiolas em Santo André (ABC). No local do flagrante, havia 200 galos usados em rinhas. 

Um mês depois, em São Bernardo do Campo (ABC), policiais prenderam dez pessoas durante uma rinha. 

Por enquanto, as aves permanecerão no local, sob a responsabilidade do dono do terreno.

Cães

Em dezembro, a polícia descobriu uma rinha de cães em Mairiporã (na Grande SP). No local,  17 cães da raça pit bull foram resgatado e 41 pessoas acabaram detidas. 

De acordo com a polícia, 26 lutas de cães estariam previstas para ocorrer no local. Todos os animais resgatados apresentavam ferimentos, em alguns casos profundos.

Além dos cachorros, a polícia também apreendeu envelopes com anotações de apostas, celulares, troféus, camisetas do “evento”, planilhas sobre lutas, medicamentos ilegais, seringas e outros insumos hospitalares que seriam usados nos animais. 

Após 40 das pessoas detidas serem soltas, a Justiça mandou prender 22 dos acusados

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