Prefeitura notifica barco abandonado na zona leste de São Paulo

A embarcação está parada há pelo menos dez anos no Sapopemba

São Paulo

Acostumada a atender chamados sobre carros e motos abandonados, dessa vez, a Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), recebeu um pedido inusitado. Na última quarta-feira (29), um barco foi notificado por abandono de veículo. Ele está na rua José Luís Ribeiro, próximo a esquina da rua Francisco Gonçalves, no Jardim Colorado, região do Sapopemba, zona leste de São Paulo. A multa pelo ato custa cerca de R$ 16 mil.

Mais largo do que dois carros de passeio, a embarcação ocupa parte da rua sem saída há pelo menos dez anos. O barco está apoiado em uma estrutura de madeira na parte inferior. A lateral encosta em uma árvore na calçada.

Segundo vizinhos, apenas os pais do dono do barco moram no bairro. Procurados, eles não quiseram conversar com a reportagem. O proprietário não foi encontrado. 

Um barco "ancorado" na rua José Luis Ribeiro, próximo a esquina da rua Francisco Gonçalves, no Jardim Colorado, zona leste de São Paulo. A prefeitura notificou multa e remoção do veiculo por abandono. - Rubens Cavallari/Folhapress

O eletricista Roberto Luís, 61 anos, conta que o veículo chegou em uma carreta. Desde então passou por duas reformas. Um vizinho, que não quis se identificar, relata que a embarcação nunca foi movida depois que chegou. Segundo ele, dois carros já bateram nela.

Outro morador da região, que também prefere não ser identificado, afirma que por estar em um lugar com pouca movimentação, o barco não prejudica a circulação de veículos. No entanto, traz riscos de segurança para o bairro, já que pode ser usado como esconderijo.

Os vizinhos também tem preocupações relacionadas à saúde. Segundo eles há acumulo de lixo e água, o que pode favorecer a proliferação de mosquitos.

O que acontece com um veículo abandonado

Segundo a Prefeitura de São Paulo, após a reclamação por abandono, a administração municipal adesiva o veículo. Caso o proprietário não faça nada depois dessa notificação, o item é removido e encaminhado para o pátio da subprefeitura.

O governo municipal afirma que para a remoção acontecer, a subprefeitura atua em conjunto com a Polícia Militar, CET e Detran para saber se o veículo não está ligado a algum tipo de crime ou pendência judicial.

Segundo a Lei de Limpeza Urbana, caso o proprietário queira recuperar o item removido, é necessário pagar pelos custos da retirada, que varia conforme o tipo de veículo, a distância do pátio, o equipamento utilizado, o trabalho da equipe e o custo diário da estadia no local. Se o dono não entrar em contato em 90 dias, o veículo é levado a leilão. 

Para denunciar um veículo abandonado, o cidadão pode ir pessoalmente a uma subprefeitura ou entrar em contato via telefone, site ou aplicativo do 156. Segundo a prefeitura, “os técnicos das administrações regionais podem também realizar as remoções, por meio de avaliação, sem que estejam atreladas às solicitações dos munícipes”.

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