A procura por serviços de manutenção doméstica vem aumentando durante o período de quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus. Consertos em eletrodomésticos e pequenos reparos hidráulicos e elétricos estão entre os mais procurados.
Segundo a plataforma GetNinjas, um aplicativo para contratação de serviços, os pedidos gerais no sistema tiveram queda de 23,8% na última semana. Entre as opções para contratação estão aulas, consultorias, montagem de festas e profissionais de beleza.
No entanto, dentro da categoria assistência técnica, alguns serviços registraram aumento nas buscas, como reparos em ar-condicionado (+39,8%), videogame (+15,9%), computador desktop (+13,8%), geladeira e freezer (+9,65%), televisão (+5%), e notebooks (+1%).
Para o fundador e CEO da GetNinjas, Eduardo H’otellier, essa elevação na demanda pode ser explicada pelo fato de que a maioria dos serviços são “itens indispensáveis para o momento de quarentena”.
Trabalhando de casa por causa do isolamento em São Paulo, o empresário Fernando Medina, 41, utilizou a internet para contratar um técnico para consertar sua máquina de lavar roupas.
Medina considera normal que haja aumento na demanda por manutenção durante a quarentena. “Primeiro porque passamos a utilizar mais os equipamentos. E segundo porque, ficando em casa, ficamos reparando nas coisas que estão quebradas e que não temos tempo para mandar consertar”, explica.
O técnico em eletrodomésticos da linha branca Alexandre Souza Moraes, 39, afirma que sua rotina de serviços não mudou desde o início da quarentena, com quatro visitas diárias.
“Eu levo luvas, máscaras, álcool gel, sabão. E sempre faço toda a higienização do equipamento”, diz. Além disso, ele relata que sempre fica isolado durante o atendimento para não ter contato com os clientes.
Seguradora diz orientar os técnicos
Para evitar a contaminação de prestadores de serviços e clientes pelo novo coronavírus, a SulAmérica diz ter criado uma série de orientações relacionadas ao procedimento dos técnicos durante a pandemia.
A seguradora sugere, inclusive, que os colaboradores não cumprimentem os segurados com qualquer tipo de contato físico. Além disso, a empresa recomenda “intensificar a higienização de ambientes e lavar as mãos constantemente”.
O funcionário de uma outra seguradora, que pediu anonimato, diz estar preocupado com as visitas aos clientes. Segundo ele, a empresa não ofereceu itens adequados e suficientes para proteção, como máscaras e álcool em gel.
Outra preocupação é com a falta de cuidado dos clientes. “Um colega fez todo o atendimento e somente no final o cliente disse que estava em isolamento por orientação médica. Mesmo assim, ele teve contato com o profissional.”
Usuário deve evitar subir no elevador cheio
A Abeel (Associação Brasileira das Empresas de Elevadores) divulgou um comunicado alertando para os cuidados que devem ser tomados durante a pandemia de coronavírus e para o risco de uma contaminação dentro dos equipamento.
Segundo a entidade, a orientação é que os usuários de elevadores “evitem-os quando estiverem cheios. Nesses casos, vale esperar um pouco mais para pegar a viagem seguinte. Outra sugestão é a de usar as escadas no caso de descer dois andares ou subir um”.
A entidade lembra que existem 400 mil elevadores no Brasil, cerca de 100 mil em São Paulo. “O objetivo da publicação é alertar os usuários sobre a importância dos cuidados e da higienização dos elevadores, Também é nosso dever orientar as empresas prestadoras de serviços de manutenção”, diz o texto.
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