Supermercado mede temperatura de clientes em Guarulhos para evitar coronavírus

Teste é feito na entrada; febre é um dos sintomas que podem aparecer em caso de contaminação

São Paulo

Uma unidade do Carrefour na cidade de Guarulhos tem medido a temperatura dos clientes logo na entrada, antes que eles comecem a fazer as comprar, segundo relato de consumidores. A ação ocorre na loja da avenida Paulo Faccni, região central da cidade.

Clientes relataram que um funcionário, além de conferir a temperatura com uma caneta medidora, borrifa álcool em gel nas mãos e na testa dos clientes.

A iniciativa lembra o que é feito em aeroportos do Brasil e do mundo, onde técnicos medem a temperatura corporal dos passageiros.

Funcionário do supermercado Carrefour, de Guarulhos, mede temperatura de cliente na entrada da loja - Renata Aparecida/Folhapress

Na fila para entrar, ainda segundo relatos dos clientes, o funcionário informa que, se detectada febre, atendentes da unidade poderão buscar os itens que o cliente precisa, evitando que ele entre na loja. A ação ocorre na mesma semana em que foi decretada quarentena em todo o estado de São Paulo por conta da pandemia.

Os sintomas mais comuns do coronavírus são febre, cansaço e tosse seca. Algumas pessoas têm dores no corpo, congestão nasal, coriza, dor de garganta ou diarreia. Uma em cada seis pessoas desenvolve dificuldade para respirar. Outras não desenvolvem sintoma nenhum, segundo a OMS.

A transmissão ocorre pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos

A iniciativa do supermercado foi elogiada por alguns clientes. O diretor de ensino de autoescola Lúcio Mauro Baptista, 42 anos, afirma que foi até a unidade, na última quarta-feira (25), e não havia esta operação. "Depois, fui hoje [27], por volta das 14h. Na entrada estavam uma moça e um rapaz de máscara, luva e com o termômetro. Eles medem, veem se está legal, depois jogam um gelzinho na mão, te dão uma toalha de papel para secar e você entra no mercado", afirma.

"Eu achei legal, eu achei boa a atitude deles, não achei ruim não. E não tinha fila, não tinha nada, super rápido. O mercado está vazio, não tem ninguém na rua. Na fila, mantendo um metro de distância. Eu não vi ninguém se recusar, não", conta Baptista.

Já a professora Paula Silva, 32 anos, afirma que achou a iniciativa "um pouco estranha". "Quando cheguei, havia diversas pessoas se aglomerando em uma fila para entrar na loja. A ideia é não se aglomerar, não é?", questiona.

Outra cliente, que preferiu não se identificar, afirma que não existia outro caminho para entrar no local. "Formam uma fila, como aquelas de banco. Não sei se é melhor ou pior", diz.

Segundo a farmacêutica Stefany Gonçalves da Silva Rubio, 25 anos, "na fila de espera tinha um aviso no chão dizendo que era permitido ficar a um metro de distância um carrinho do outro".

"Assim que eu cheguei, eles mediram minha temperatura e fui para a próxima atendente. Ela estava com o álcool em gel preprado para aplicar na minha mão, em seguida, tinha um outro moço com um paninho para limpar os carrinhos", afirma.

Em nota, o Carrefour afirma que "desde o início da crise causada pela Covid-19, vem adotando medidas como forma de segurança para seus colaboradores e clientes. Além de reforçar os rigorosos procedimentos de higiene e segurança alimentar em todas as lojas, adotamos, também, a medição de temperatura dos nossos funcionários e consumidores como forma de proteção".

Ainda no texto, o Carrefour "ressalta sua preocupação com a saúde e bem-estar de seus colaboradores e clientes e que tem seguido todas as orientações da Organização Mundial da Saúde para combater o novo coronavírus".

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que não se pronunciará sobre o assunto.

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