Metade dos pacientes com sintomas de Covid-19 que procuraram o Hospital Santa Marcelina, em Itaquera (zona leste), acabou internada. Segundo a própria unidade de saúde, de 133 pacientes suspeitos de contaminação, 65 (49%) ocuparam leitos no local.
Os números levam em consideração as notificações feitas até esta quinta-feira (26) e fazem parte de um levantamento atualizado diariamente pelo Santa Marcelina. Entre os 133 pacientes considerados como casos suspeitos de contaminação pelo coronavírus, dois morreram e tiveram o diagnóstico para Covid-19 confirmado. Também entre os casos suspeitos, outros cinco óbitos ainda não tiveram a confirmação.
Segundo o hospital, 38 pacientes permaneciam internados até esta quinta. Sete foram entubados e 10 estão na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O cenário fez com que o hospital adotasse um fluxo de atendimento separado para pacientes com suspeita de contaminação pelo coronavírus. Sobre o tempo de confirmação dos exames, o Santa Marcelina não informou qual é o prazo, mas disse que, "em geral, os resultados laboratoriais estão sendo disponibilizados com o tempo superior à média esperada em decorrência da sobrecarga do sistema".
O hospital afirma que os casos que foram internados neste período na instituição correspondem a totalidade de síndromes respiratórias agudas em pacientes adultos e pediátricos. "É importante ressaltar a necessidade do diagnóstico diferencial com outras etiologias, particularmente no período atual de sazonalidade das síndromes gripais", afirmou, em nota.
Segundo a unidade de saúde, é preciso considerar as mudanças ocorridas nos critérios definidores de casos suspeitos num curto espaço de tempo. Também afirma que é referência de tratamento de alta complexidade na zona leste de São Paulo.
Campanha
O Santa Marcelina afirma que 85% de seus leitos são dedicados ao SUS (Sistema Único de Saúde) e que lançou também uma ação chamada Comvida-20, para arrecadar R$ 20 milhões, dinheiro que será usado para aumentar o número de vagas e estruturar um hospital de campanha destinado aos contaminados pelo coronavírus.
"O Hospital vem sofrendo diariamente e drasticamente com a falta de subsídios para ofertar atendimento. Os recursos captados possibilitarão ao serviço a oferta de novos leitos de UTI, bem como continuar o atendimento aos pacientes já em tratamento, visto que a unidade é referência da região e em serviços de saúde para alta complexidade, como oncologia, cardiologia e transplantes", afirma, em nota.
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