Escola está fechada desde 10 de fevereiro em SP por causa da chuva

Estudantes da unidade, que fica na zona oeste da capital paulista, estão sem assistir às aulas

O ano letivo praticamente não começou para os alunos da Escola Municipal Dilermando Dias dos Santos, localizada na Vila Leopoldina (zona oeste). Enquanto as aulas nas outras instituições da rede municipal ocorrem desde 5 de fevereiro, a unidade foi interditada o dia 10 do mês passado.

Nesta data, um temporal atingiu vários pontos da cidade com enchentes e quedas de árvores. Na escola, que também foi afetada pelas chuvas, a interdição aconteceu porque o muro cedeu, o que poderia afetar o telhado do pátio.

Segundo funcionários, a prioridade é retirar o telhado e escorar o muro. Eles afirmam que, quando essa etapa for concluída, os alunos poderão entrar pelo estacionamento e estudar. Um dos prédios, a área do pátio e a entrada principal continuarão fechados.

 

Reginaldo Lima, 47, procura vagas em outra escola para matricular a filha Isabelle que está no 4º ano. Enquanto aguarda o retorno, Reginaldo paga uma babá para cuidar da menina. “Ela adora estudar, sempre está me perguntando que dia as aulas voltam e eu não tenho uma resposta”, afirma.

A comunidade recebeu a promessa de que a unidade escolar voltaria a funcionar já nesta segunda-feira (2), mas isso não ocorreu.

A escola tem 700 alunos matriculados do 1º ao 9º ano do ensino fundamental. De acordo com o presidente da Associação de Moradores da Leopoldina, Carlos Alexandre Beraldo, a unidade atende as comunidades: Nove, da Linha e Singapura Madeiriti. “As crianças não podem perder o ano letivo por uma incompetência da prefeitura”, desabafa. 

Além da Dilermando, outras duas unidades estão sem aulas por conta das chuvas: A EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil) Cidade do Sol, na zona sul da capital, e CEI (Centro de Educação Infantil) Parque Cruzeiro do Sul, na zona leste de São Paulo.

Pais criticam demora

Os três filhos da diarista Ivanir Aparecida Mendes, 45 anos, estudaram na escola municipal Dilermando Dias dos Santos. Uma das filhas dela ainda está matriculada no 9º ano da unidade. Ela afirma que é a primeira vez que a escola fica interditada por tanto tempo. 

Ivanir precisa trabalhar e, enquanto as aulas não retornam, sua filha fica em casa o dia todo. “É difícil”, diz. 

“Por que não fizeram manutenção enquanto as crianças estavam de férias?”, questiona o barbeiro Pedro da Costa Neto, de 48 anos. Seu filho foi transferido para cursar o 6º ano na escola, mas até hoje não pôde estudar nenhum dia no local. 

O barbeiro diz que não tem condições financeiras de pagar alguém para cuidar do filho durante este tempo em que ele está em casa. 

O vigilante Ailton Araújo de Lima, 44, que tem um filho no 3º ano, afirma que é “péssimo” que os alunos estejam a quase um mês sem aula. “Os pais têm que trabalhar e as crianças têm que estar na escola”, ressalta. 

Resposta

A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), afirma que “apenas 0,075% [das escolas municipais] estão com suspensão das atividades pedagógicas devido aos problemas causados pela chuva”.

Em nota, a gestão municipal diz que “garantiu o retorno às aulas para mais de 6 mil alunos. Em toda a rede, que conta com quase 4 mil unidades de ensino”.

Segundo o texto, “apenas três unidades permanecem interditadas para aulas: EMEF Dilermando Dias dos Santos, EMEI Cidade do Sol e CEI Parque Cruzeiro do Sul”.

Sobre a Dilermando, a prefeitura afirma que a escola está em obras e que as aulas devem ser retomadas no mês de março.

Em relação a escola Cidade do Sol, a gestão diz que “as obras serão iniciadas nesta semana e o investimento será de aproximadamente R$ 580 mil”.

Já sobre a unidade Parque Cruzeiro do Sul a prefeitura diz que contratou uma empresa “para intervir imediatamente, minimizando os riscos de novos desmoronamentos”.

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