As praias vazias contrastavam nesta sexta-feira (10) com o mercado de peixe lotado na Ponta da Praia, em Santos (72 km de SP). Entre 250 e 300 pessoas se aglomeraram ao redor das bancas tentando garantir o peixe fresco para o almoço, sem preocupação com o coronavírus.
"Com medo ou sem medo, a gente tem que vir. Vou comprar camarão. Tentei pedir por telefone, mas só dá ocupado", afirmou o aposentado João Novaes, 71 anos. Questionado sobre os riscos de contrair a Covid-19 em meio ao mercado apinhado de gente, Novaes disse que se cuida. "Faço o melhor que posso."
A dona de casa Maria Moraes, 47, disse que tomou algumas precauções. "Acho perigoso, tanto que peguei na primeira barraca", afirmou, enquanto estava ao lado de outros consumidores.
A auxiliar de enfermagem Franciane Dias Oliveira Rosa, 33, criticou o alvoroço ao redor dos peixes. "Falta um pouco de organização, mais agentes para evitar a aglomeração. Vim agora perto do almoço, porque achei que de manhã estaria ainda mais cheio ", disse. "Mas encontrei tudo que procurava, por um preço dentro do normal", completou.
Os fiscais que Franciane pediu estavam ali. Quatro, no total, mas inibidos pela multidão. "Nós orientamos, mas as pessoas não respeitam", disse um deles, que preferiu não se identificar. Ele também temia a reação das pessoas, caso fizesse uma abordagem mais enérgica.
Entre as bancas de peixe, funcionários com e sem máscara. Alguns manipulavam o alimento e o equipamento de proteção simultaneamente, enquanto as garças esperavam por um segundo de distração.
Ao redor do mercado, uma caminhonete da guarda-civil, com caixa de som, fazia o alerta. "Atenção, população! Solicitamos encarecidamente que saiam das ruas e sigam as orientações das autoridades. Precisamos juntos combater o coronavírus. A situação é grave", dizia a mensagem. Em tempos de coronavírus, devemos tomar todos os cuidados. Evite aglomerações e mantenha os ambientes ventilados", completou.
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