Coronavírus mexe até com o psicológico, diz analista fiscal curado

Mesmo sem precisar de internação, Caio Cunha diz ter sofrido

São Paulo

Assistir pela televisão ou ler nos jornais os casos de tratamento do novo coronavírus não dá a dimensão real do que é encarar essa doença, que ainda não tem uma vacina. Caio da Costa Cunha, 29 anos, sentiu essa diferença no corpo no mês passado, mesmo sem ter ido a um hospital.

Apesar do vigor da idade, o analista fiscal lembra que foram duas semanas bem complicadas desde que começou a sentir os primeiros sintomas da Covid-19.

O analista fiscal Caio da Costa Cunha se recuperou do novo coronavírus após duas semanas de tratamento em seu apartamento, na Cidade Patriarca (zona leste de SP)
O analista fiscal Caio da Costa Cunha se recuperou do novo coronavírus após duas semanas de tratamento em seu apartamento, na Cidade Patriarca (zona leste de SP) - Arquivo pessoal

“Foram bem difíceis. Mexe até com o psicológico, porque eu não conseguia dormir direito. Sempre foi bem difícil eu ter gripe e febre, mas, quando tenho, não me derruba tanto assim.”

O primeiro sintoma que foi a tosse seca, dia 17 de abril, ainda no trabalho. Ao chegar em casa, começou a sentir febre, que persistiu por volta dos 39º C por uma semana e meia.

“Como não senti falta de ar, fiquei em casa. E como tenho médico na família, ele me passou algumas vitaminas”, conta Caio, explicando que a Covid-19 foi confirmada ao fazer o teste, levado até sua casa por um laboratório.

Após começar a tomar antibióticos, ele afirma ter melhorado sensivelmente, apesar de haver perdido o olfato e o paladar, o que prejudicou na sua alimentação. “Não dava vontade de comer nada, por isso, emagreci.”

Como mora em um apartamento na Cidade Patriarca (zona leste de São Paulo), a mulher, Thainá, 25 anos, foi contaminada. Ela fez o teste rápido, que também deu positivo, mas ficou assintomática.

Agora o casal se mantém isolado em casa por opção e não sai nem mesmo para comprar alimentos, embora pudesse, já que possui anticorpos. Para isso, conta com a ajuda de amigos e parentes, que compram e levam os mantimentos necessitados. “Depois dessa experiência, peço a todo mundo que fique em casa”, diz Caio.

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