Descrição de chapéu Coronavírus

Ônibus ganharam 270 mil passageiros no primeiro dia da volta do rodízio em São Paulo

Veículos estavam mais cheios, segundo os próprios usuários disseram nesta segunda-feira

Fábio Munhoz
São Paulo

No primeiro dia de vigência do megarrodízio de veículos na capital, na última segunda-feira (11), os ônibus que operam linhas municipais registraram um aumento de 270 mil passageiros na cidade, na comparação com a média de dias úteis da semana passada, segundo cálculo da SPtrans, da gestão Bruno Covas (PSDB), que administra o transporte público por ônibus no município.

É como se praticamente toda a população de Barueri (Grande SP), que tem 274 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE, tivesse embarcado em ônibus urbanos na capital paulista em um só dia.

Na segunda-feira, quando começou a valer o megarrodízio na capital, usuários do transporte público relataram ao Agora que ônibus e trens do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) estavam mais cheios.

A SPTrans diz que, antes da pandemia, a demanda média era de 9 milhões de embarques a cada dia útil.

Na semana passada, antes do início do megarrodízio, a demanda de embarques (e não de passageiros pois uma pessoa pode embarcar mais vezes) nos ônibus era de 31% na comparação com o período pré-quarentena. Nesta semana, o percentual passou para 37%. Em números absolutos, a demanda subiu de 2,790 milhões para 3,330 milhões de embarques, ou seja, crescimento de 19,35%.

A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e o Metrô foram procurados para informar sobre a situação em seus sistemas, mas não responderam até a coclusão desta reportagem.

Com o megarrodízio implantado na segunda pela gestão Bruno Covas (PSDB), veículos com placas final par só podem circular em dias pares. Os com placas final ímpar, estão liberados para rodar em dias ímpares. Isso, segundo Covas aumentaria a restrição de circulação de 20% para 50%.

A ideia é aumentar o isolamento social e dificultar a contaminação pelo novo coronavírus. Entretanto, o índice que mede o isolamento no primeiro dia do rodízio foi de 49%, quando o número considerado ideal é de 70%.

O rodízio é válido para todos os dias da semana, inclusive sábados e domingos, e as restrições para circulação são válidas para toda a cidade, não apenas para o centro expandido, como antes.

Além disso, o horário de proibição para andar com o carro também aumentou. As restrições à circulação são válidas durante todo o dia, entre a zero hora e às 23h59.

O infectologista Cláudio Gonçalez afirma que no transporte público existe maior chance contaminação pelo coronavírus pela possibilidade de aglomeração de pessoas. “[Rodízio] É uma medida pensada para as pessoas não saírem, pois muita gente sai sem necessidade. Mas é preciso analisar a demanda de quem vai trabalhar. Nestes casos, o carro realmente é mais sSegeguro”, afirma o médico.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o índice de congestionamento na capital nesta terça (12) foi de 2 km, entre 8h e 8h30, enquanto na semana passada, foi de 10 km, às 10h. Na última terça, o rodízio estava suspenso, mas a gestão Covas havia implantado bloqueios em ruas e avenidas, o que provocou engarrafamentos na cidade. Ela desistiu da medida no dia seguinte.

No primeiro dia da volta do rodízio, na segunda, a CET apontou 1 km de congestionamento, também entre 8h e 9h.

Em relação ao índice de lentidão, nesta terça foi registrado pico de 7 km, às 8h. Bem abaixo dos 19 km registrados no mesmo horário da terça-feira passada.

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