Pensionista é a 2.000ª curada no Hospital de Campanha do Anhembi

Moradora do Grajaú fica 21 dias internada e ganha alta de presente

São Paulo

Na quinta-feira (18), a pensionista Marina Caetano de Araújo comemorou o aniversário de 64 anos numa cama do Hospital de Campanha do Anhembi (zona norte da capital). Como presente, ela ganhou a tão esperada alta no dia seguinte, quando pôde voltar para casa após receber uma homenagem dos profissionais da saúde por ter sido a 2.000ª paciente a se recuperar na unidade.

Foi um alívio para a moradora do Grajaú (zona sul), que ficou 21 dias internada no Anhembi, após passar no primeiro atendimento no posto de saúde perto de casa.

A pensionista Marina Caetano de Araújo é a 2.000ª paciente a se recuperar do novo coronavírus no Hospital de Campanha do Anhembi, na zona norte de São Paulo
A pensionista Marina Caetano de Araújo é a 2.000ª paciente a se recuperar do novo coronavírus no Hospital de Campanha do Anhembi, na zona norte de São Paulo - Reprodução

“Na primeira vez que passei no posto, o médico me medicou e fiz o teste, mas ele disse que não era Covid e sim uma gripe. Fiquei uma semana me medicando e voltei lá, porque estava dando febre. Aí eles falaram que eu precisaria ser internada, porque eu não estava bem. Fizeram outro teste, aquele do cotonete, e me encaminharam para o hospital”, diz dona Marina.

Após a internação, no dia 30 de maio, ela conta que ficou três dias passando muito mal, devido à pneumonia, que já havia comprometido boa parte dos seus pulmões. Apesar de ser do grupo de risco do novo coronavírus, por causa da idade, o ponto positivo é que ela não possui comorbidades, que poderiam agravar a situação.

Dona Marina afirma que ficou tão mal no início que não sabia onde estava. “A memória ficou ruim. Eu ficava perguntando que dia era e onde eu estava. Perdida totalmente.”

Ela começou a sentir uma melhora após duas semanas no hospital. Nesse período, conta, as enfermeiras e os médicos foram conversando com ela, explicando os procedimentos que estavam sendo feitos. “Eu até cheguei a perguntar se estava tomando aquela cloroquina e eles disseram que não porque já estava tomando azitromicina e o antiviral Tamiflu, que o médico do posto já havia passado.”

Outra dificuldade enfrentada no período de internação foi para se alimentar, por causa da perda do paladar e do olfato. “Foi difícil, mas fui forçando para comer para a medicação fazer efeito.”

A melhora contrastava com a tristeza pelo tempo longe da família e, principalmente, por passar o aniversário no local. “Eu estava muito triste. Mas, à noite, eles [equipe do hospital] fizeram homenagem para mim, me animando. Quando foi na saída, no dia seguinte, fizeram outra surpresa. Foram muito legais”, diz dona Marina, destacando que ficou todo o tempo sem falar com a família.

“Eu estava tão ruim que não quis levar nem celular. Deixei para minha filha atender as ligações, porque eu não estava conseguindo falar. Mas graças a Deus estou bem agora”, afirma ela, que tem feito em casa os exercícios para recuperar os pulmões. “Fico andando dentro de casa, não só deitada.”

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