300 taxistas de São Paulo fazem testes gratuitos de Covid-19

Ação foi realizada em bolsão do aeroporto de Congonhas após doação de laboratório privado

São Paulo

Ao menos 300 taxistas fizeram testes de Covid-19 nesta sexta-feira (26), no bolsão do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Os testes foram doados por um laboratório particular e a ação é promovida pelo vereador Adilson Amadeu (DEM).

Taxistas de São Paulo são testados para saber se estão com o novo coronavírus - Rubens Cavallari/Folhapress

De acordo com a assessoria do vereador, os testes mostram se a pessoa tem ou não Covid-19, se está imune ou se teve contato com o vírus. Os taxistas fizeram um cadastro prévio por telefone. Para chegar ao número de 300, foram priorizados os que continuaram trabalhando durante a pandemia .

O taxista Roberto Aparecido dos Santos, 51 anos, foi um dos contemplados. Ele chegou ao aeroporto por volta das 9h, onde respondeu a um formulário com algumas perguntas sobre seu estado de saúde, e teve o sangue coletado para o exame. Roberto recebeu um código para consultar o resultado pelo site do laboratório neste sábado (27).

Pedro Rezende, sócio da Cepalab, afirma que o resultado do exame geralmente demora cinco horas para ficar pronto, mas, devido a demanda, a previsão é que eles sejam enviados à noite. O representante do laboratório ressalta que todas as pessoas deveriam ser testadas. “Acredito que é a melhor barreira para parar o vírus”, afirma.

Roberto faz parte do grupo de taxistas que atende o aeroporto. Quando o espaço fechou, ele passou cerca de 45 dias em casa. Depois, precisou voltar a trabalhar seguindo os cuidados de proteção individual, com álcool em gel, máscara e higienização do veículo.

Para o taxista, o teste é importante para saber sobre o próprio estado de saúde e não infectar outras pessoas. “Quanto mais segurança tiver, melhor será o cuidado para trabalhar”, afirma.

Segundo a assessoria do vereador, dados como a quantidade de testes positivos e negativos serão enviados para a secretaria de saúde a fim de ter um panorama da categoria.

Adilson Amadeu explica que testar é uma forma de prevenir o avanço da doença, já que os taxistas estão em contato com a população todos os dias. “Isso é um alerta aos governantes que poderiam investir mais na categoria que transporta vidas”, afirma.

Segundo o Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo), a categoria tem cerca de 35 mil integrantes. Em relação aos filiados, há 23 mortes confirmadas por Covid-19 e quatro pessoas estão internadas.

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