Descrição de chapéu Zona Sul

PM suspeito de matar garoto Guilherme tem prisão prorrogada por mais 30 dias

Justiça de SP acatou pedido para que departamento de homicídios conclua inquérito policial

São Paulo

A Justiça prorrogou por mais 30 dias a prisão temporária do sargento da Polícia Militar Adriano Fernandes de Campos, 41 anos, suspeito de envolvimento na morte de Guilherme Silva Guedes, 15, em 14 de junho em Americanópolis (zona sul da capital paulista).

O ex-soldado da PM Gilberto Eric Rodrigues, 32, é apontado como o segundo suspeito pelo assassinato do adolescente. Ele está foragido e é procurado pela polícia.

O DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) afirmou que o IP (Inquérito Policial) ainda não foi concluído e, por isso, solicitou à Justiça a prorrogação da prisão de Campos, realizada no sábado (18). O policial está em uma carceragem do presídio militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo, desde 17 de junho. Ele alega inocência, segundo seus advogados de defesa.

Campos foi indiciado por homicídio qualificado logo após prestar depoimento, no início da tarde do último dia 9, no DHPP. O policial ficou calado durante o depoimento, de acordo com sua defesa disse na ocasião.

Segundo o delegado Rodolpho Chiarelli, do departamento e homicídios, o sargento responde por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima).

Sete pistolas pertencentes a policiais militares foram entregues ao DHPP, em 17 de junho, incluindo duas armas pertencentes ao sargento Adriano Fernandes de Campos. Segundo laudo do Instituto de Criminalística, ao qual a reportagem teve acesso, os tiros que mataram o adolescente não foram disparados pela arma do policial.

O DHPP ainda investiga de qual arma saíram os disparos que mataram o jovem.

O caso

O adolescente Guilherme Silva Guedes foi morto com ao menos dois tiros na cabeça após ser abordado por dois suspeitos armados em Americanópolis quando estava em frente à casa da avó materna. A informação consta em um laudo necroscópico entregue por peritos no último dia 26 ao DHPP.

O adolescente teria sido confundido com uma pessoa que invadiu um galpão onde uma empresa do sargento é responsável pela segurança.

O corpo dele foi encontrado, por volta das 9h30 de 14 de junho no limite entre a zona sul de São Paulo e Diadema (ABC) com tiros na cabeça. Ele, no entanto, teria sido morto em outro local, antes de seu corpo ser abandonado no terreno onde foi localizado.

Segundo registrado pelo DHPP, o corpo do adolescente estava calçado somente com meias brancas. “Vale consignar que o solado das meias brancas que a vítima calçava estavam parcialmente limpos, apesar de o corpo ter sido encontrado em uma região de terra, valendo consignar também que seu par de tênis não foi encontrado”, diz trecho do documento policial.

Ainda de acordo com o departamento de homicídios, nenhum projétil de arma de fogo foi encontrado perto do cadáver, indicando que ele teria sido morto em outra região.

A morte do garoto provocou dois dias de protestos em Americanópolis, com ônibus queimados e vandalizados, um comércio foi furtado.

Vídeos com imagens de policiais militares agredindo moradores da Vila Clara, que fica na região, foram divulgados nas redes sociais. Segundo pessoas que moram no bairro, as imagens foram gravadas na noite de segunda-feira, após a primeira onda de protestos.

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