O governo de São Paulo, gestão João Doria (PSDB), pretende realizar um inquérito sorológico para avaliar a circulação do novo coronavírus entre os estudantes, professores e demais funcionários da rede estadual de ensino. A medida é uma das propostas apresentadas pela gestão para viabilizar o retorno das aulas presenciais, previsto para outubro.
Ainda não existe data para o início dos testes, que serão organizados pelas secretarias estaduais da Educação e da Saúde. O governo também não divulgou ainda em quais locais ocorrerá a ação e nem quais os critérios para a escolha dos alunos que participarão do inquérito.
"Esse inquérito acompanha a estatística necessária para que a informação sobre a evolução da epidemia na rede, seja de alunos ou de professores, possa nos dar clareza necessária para a preparação para a volta às aulas de mais de 3,5 milhões de estudantes e de 240 mil profissionais da área da educação", disse o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que anunciou a medida nesta sexta-feira (21), durante entrevista coletiva.
Esse tipo de inquérito já foi realizado na capital paulista. A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), apresentou os resultados nesta semana. Eles mostraram um índice de prevalência de 16,1% em crianças e adolescentes da rede municipal de ensino.
O mapeamento no município analisou jovens com idade entre 4 e 14 anos. Entre os alunos testados, 25,9% convivem em domicílios com a presença de pessoas com 60 anos ou mais. A pesquisa apontou também que 64,4% dos alunos que testaram positivo eram assintomáticos, o que deixou a gestão municipal incerta sobre a retomada das aulas presenciais ainda neste ano. Na capital paulista, a pesquisa mostrou ainda que vírus atingiu mais a população negra, também entre as crianças, com 17,8% de infectados.
“É importante termos essa experiência na rede estadual tanto para os nossos estudantes quanto para os nossos profissionais, professores, agentes de organização. Todos eles vão participar desse processo, que nos trará uma claridade ainda maior sobre os nossos próximos passos”, afirmou o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, durante o anuncio da realização do inquérito sorológico em todo o estado.
Na próxima semana, o governo estadual pretende publicar uma resolução para regulamentar a necessidade de os 645 municípios manifestarem se vão ou não aderir ao plano de retomada das aulas presenciais sugerido pela administração Doria.
A previsão é que o governo estadual libere todas as escolas para reabrir para aulas de recuperação, a partir de 8 de setembro, em uma primeira etapa que será opcional. As prefeituras terão autonomia para decidir se irão participar desta fase de retorno das aulas presenciais na educação paulista.
Segundo o governo Doria, as 91 diretorias de ensino ligadas à rede estadual de São Paulo ficarão responsáveis pelo contato com as prefeituras, respeitando as circunstâncias locais em relação à pandemia do coronavírus, e por acompanhar as decisões locais. O calendário é válido tanto para as escolas públicas quanto para as escolas particulares.
Para retomar atividades presenciais a partir de 8 de setembro, as escolas devem estar em regiões que permanecem ao menos há 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo de reabertura das atividades econômicas.
O limite máximo é de até 35% dos alunos em atividades presenciais. Para os anos finais do ensino fundamental e ensino médio, o limite máximo é de 20%.
O retorno oficial das aulas é previsto para 7 de outubro, o que só ocorrerá, segundo a gestão Doria, se 80% do estado estiver por 28 dias seguidos na fase amarela.
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