Descrição de chapéu Editorial

Vacina contra a ignorância

Ainda existe gente que precisa ser convencida da necessidade de tomar esse cuidado

Em 1904, boa parte da população do Rio de Janeiro, então capital do país, foi às ruas protestar com violência por causa da vacinação obrigatória contra a varíola, no episódio que entrou para a história como a Revolta da Vacina.

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A médica Stefânia Teixeira foi a primeira a receber a dose da Coronavac no Hospital das Clínicas de São Paulo - Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

Eram outros tempos. Já havia insatisfação popular com as reformas que o governo promovia na cidade, as vantagens da imunização ainda não eram bem conhecidas e a política de saúde era imposta na marra. Hoje em dia, não deveria haver motivo para duvidar da importância da vacinação.

Mas ainda existe gente que precisa ser convencida da necessidade de tomar esse cuidado fundamental, como mostrou reportagem publicada pelo Agora. Segundo a infectologista Lessandra Michelin, mesmo pessoas esclarecidas se deixam levar por questões religiosas e ideológicas —ou simplesmente acreditam em informações erradas sobre supostos riscos ou ineficácia da imunização.

São preconceitos e notícias falsas que precisam ser combatidos enquanto o mundo todo espera uma vacina contra a Covid-19, a maior esperança para a retomada rápida da vida normal.

Nunca tanta gente trabalhou em tantos lugares em busca de uma vacina, que pode ficar pronta em tempo recorde. A Rússia anunciou que já dispõe de uma, a ser usada em massa a partir de outubro —a conferir. Em todo o mundo, há 26 produtos sendo testados.

Quando houver um imunizante testado e aprovado, é fundamental que o maior número possível de pessoas seja atingido. E isso começa pela informação correta. Foi assim que o mundo conseguiu se livrar de uma doença grave como a varíola —outras, como o sarampo, podem voltar aqui se a ignorância vencer.

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