A Corregedoria da Polícia Civil investiga se dois supostos investigadores são os responsáveis pelo desaparecimento de dois adolescentes no Jardim Helena (zona leste da capital paulista), em 19 de agosto.
Um dos garotos é Thales Barreto de Santana, 17 anos, que no dia do desaparecimento saiu de casa com um amigo, identificado até agora como Cristiano.
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) também acompanha o caso e divulgou um cartaz com a foto de Santana, para auxiliar na localização do rapaz.
A mãe do adolescente, uma auxiliar de limpeza de 34 anos, registrou um boletim de ocorrência de desaparecimento do filho em 21 de agosto, três dias após o rapaz ser abordado em casa por dois homens, que se identificaram como policiais civis, ocupando um carro Volkswagen Gol azul, segundo uma testemunha afirmou à polícia.
De acordo com boletim de ocorrência, dois homens, que teriam se identificado como policiais civis, abordaram o rapaz em 18 de agosto. Por volta do meio-dia do dia 19, porém, testemunhas afirmam ter visto os dois amigos entrando em um Gol azul, fotografando as placas do veículo. O carro é idêntico ao usado na véspera.
Após isso, o adolescente e seu amigo não foram mais vistos e permaneciam desaparecidos até a publicação desta reportagem.
A polícia investiga se as placas do veículo são de carros descaracterizados usados por policiais.
Segundo o advogado Ariel de Castro Alves, que auxilia a família do rapaz, o tempo "é o maior obstáculo" em ocorrências de desaparecimento, que no caso de Santana e seu amigo, completa um mês neste sábado (19). "Quanto mais os dias vão passando, as chances de encontrar os desaparecidos com vida vão diminuindo", ressaltou.
Até a publicação desta reportagem, o desaparecimento de 295 crianças e adolescentes constava no banco de dados da 5ª Delegacia de Investigações sobre Pessoas Desaparecidas do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
Resposta
A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), afirmou que a Corregedoria da Polícia Civil investiga "todas as circunstâncias referentes ao desaparecimento dos dois homens e sobre a denúncia citada [pela reportagem]". A pasta, porém, não informou se os suspeitos foram identificados, nem atualizou as investigações sobre o caso.
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) afirmou acompanhar o caso por meio do Plid (Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos). "A Corregedoria da Polícia Civil investiga o caso, entrou em contato com a família do desaparecido e solicitou o celular dele. Vai a quebra de sigilo telefônico para apurar os contatos à época do desaparecimento. Não há indícios, por hora, do envolvimento de policiais", diz trecho de nota.
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