A Prefeitura de São Paulo vai instalar computadores, câmeras de vídeo e internet via cabo em todas as 13 mil salas de 1.500 escolas municipais do ensino fundamental e médio da capital. Os equipamentos serão usados pelos professores para transmissão ao vivo das aulas para os alunos que não voltarem ao ensino presencial nas escolas, que estão fechadas desde março por causa da pandemia do novo coronavírus.
Segundo o secretário municipal da Educação, Bruno Caetano, todo o cabeamento para instalar os computadores será colocado ao longo deste mês. Já os equipamentos vão ser instalados entre outubro e dezembro. Com isso, caso as aulas presenciais retornem no mês que vem, parte dos alunos poderá ficar sem esse recurso.
O uso da transmissão das aulas faz parte do protocolo para retorno das aulas presenciais na rede municipal, que ainda não tem data definida.
Os detalhes foram apresentados nesta sexta-feira (11) por Caetano ao prefeito Bruno Covas (PSDB), na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professor Fernando de Azevedo, na Vila Curuçá (zona leste), e deverão ser seguidos por toda a rede.
O protocolo de retorno as aulas prevê também medição de temperatura dos alunos na entrada e entrega de um kit com três máscaras de tecido, um frasco de álcool em gel e uma caneca para beber água. Já os professores, além das máscaras, vão receber protetores faciais de acrílico.
A estimativa da prefeitura é investir R$ 32,1 milhões com esses produtos. Já para a informatização, a previsão de investimento é de R$ 160 milhões.
O protocolo também diz que nas salas de aula parte das carteiras ficarão interditadas com fitas para manter o distanciamento entre os alunos. O intervalo será com as turmas separadas e as refeições serão servidas em forma de prato feito, e não mais self-service.
O limite de alunos na sala de aula ainda não foi definido. E os pais vão optar se seus filhos assistirão às aulas presencialmente ou pelas transmissões pela internet.
As escolas também receberam de R$ 15 mil a 25 mil cada para realizar reformas emergenciais nas partes elétrica e hidráulica, reparos no telhado e instalação de ventiladores nas salas, corredores e nos pátios.
Segundo o prefeito, apesar de as escolas estarem se preparando, o retorno dos alunos ainda depende do inquérito sorológico que será divulgado na semana que vem. A prefeitura está testando alunos das da rede estadual e particular. Os da rede municipal foram testados em duas etapas do inquérito.
O governo estadual, gestão João Doria (PSDB), permite desde o início da semana que escolas recebem alunos para atividades de reforço, entre outras, o que não foi liberado pela prefeitura na capital paulista.
A estimativa da gestão Doria é que as aulas presenciais sejam autorizadas em todo o estado a partir de 7 de outubro, mas a decisão para cada município é dos prefeitos.
“A nossa vontade é voltar o quanto antes. Ninguém vai discutir a importância da educação. Mas não vamos tomar nenhuma decisão porque a rede está preparada. Vamos aguardar a liberação da Vigilância Sanitária”, afirmou Covas.
O promotor de Justiça na área da Educação de São Paulo Daniel Serra Azul Guimarães disse no início do mês ao Agora que uma eventual volta às aulas presenciais no mês de outubro no estado dificilmente terá condições de ocorrer.
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