Parque público da zona oeste de SP deve ganhar roda gigante em 2021

Projeto faz parte das ações de revitalização em torno do Rio Pinheiros

São Paulo

A paisagem próxima ao Rio Pinheiros deve ganhar uma nova atração em 2021. Uma roda gigante de 90 metros será instalada no Parque Estadual Cândido Portinari, localizado no bairro Vila Hamburguesa (zona oeste de SP), ao lado do Parque Villa Lobos. Moradores acreditam que ação irá atrair pessoas para a região. Associações alertam para o possível impacto no trânsito.

Segundo o governo, sob gestão João Dória (PSDB), depois que todas as licenças necessárias foram emitidas, a empresa responsável pela obra, a SPBW, terá um ano para concluir a instalação. “A expectativa é que esteja em funcionamento até o fim de 2021”, diz em nota.

O administrador Renato Ber, 38 anos, tem medo de altura, mas mesmo assim achou o projeto da roda gigante bacana. “São Paulo precisa mesmo ter mais atrações”, comenta. Ele destaca que o parque está próximo de uma estação de trem e de uma ciclovia, o que pode facilitar a vinda de pessoas que moram em locais mais distantes. “Acredito que um parque tem que ser para a cidade inteira e não um pedaço da população”, afirma.

Renato mora na Vila Leopoldina há oito anos. Para ele, a roda gigante será um atrativo para que as pessoas conheçam a região e participem do crescimento do parque. “O Parque Cândido Portinari é relativamente novo. Dá para ver pelas árvores pequenas”, comenta.

“Sou totalmente favorável a roda gigante no bairro”, afirma a jornalista Iguaraci Benedicto, 45. Ela nasceu e cresceu em Alto de Pinheiros (zona oeste de SP) e costuma frequentar o Parque Cândido Portinari, principalmente antes da pandemia do novo coronavírus.

Em relação aos comentários que tem visto contra a instalação da roda gigante, Iguaraci opina que são surreais e que o bairro tem outros problemas para serem pensados. “Não é uma roda gigante que vai aumentar a criminalidade, ela já existe antes disso”, afirma. Para ela, a obra é bem-vinda e é necessário que outras pessoas tenham acesso ao bairro. “Nós não estamos em um condomínio fechado, tem que ter diversidade”, finaliza.

Associações alertam para trânsito

Sergio Giannini também é morador da região e ocupa o cargo de diretor tesoureiro na Sociedade Amigos do Bairro City Boaçava (SAB). Ele afirma que na próxima semana a organização, que é membro do Conselho dos Parques Villa Lobos e Cândido Portinari, participará de uma reunião com os responsáveis pelo projeto para discutir detalhes técnicos. “A SAB solicitou aos proponentes do Projeto roda gigante estudos do impacto sobre a vizinhança”, afirma. Pontos como o estacionamento e o trânsito na região devem ser abordados.

Carlos Alexandre de Oliveira, diretor de relações de governo da Associação Viva Leopoldina, concorda sobre a necessidade de fazer um planejamento em relação ao impacto que a atração irá causar. “Sendo uma roda gigante, coisa que visualmente vai atrair muitas pessoas, pode ter problemas de congestionamento no acesso à região”, opina.

Por outro lado, Carlos acredita que a instalação irá contribuir para o desenvolvimento econômico da região, ao aumentar o fluxo de pessoas para o bairro. “Parece bem interessante”, comenta.

Empresa irá pagar para Governo de São Paulo

A administração estadual afirma que a roda gigante de observação será a maior da América Latina. Quando a instalação estiver funcionando, a empresa deverá destinar parte dos ingressos para o público de baixa renda. Além disso, organização irá pagar R$ 141 mil mensais ou 10% do valor do faturamento à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), órgão do governo estadual.

De acordo com o governo, o projeto faz parte das ações de revitalização nos arredores do Rio Pinheiros. A administração estima que o rio deve ser despoluído até o fim de 2022.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), a proposta foi apresentada à Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), composta por representantes da Sociedade Civil e do poder executivo, no último dia 13. “O projeto está sendo analisado pelo Município”, afirma em nota.

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