A comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital, tem registrado aumento nos casos de síndrome respiratória nas últimas semanas. Entre os dias 3 e 17 deste mês, as duas ambulâncias contratadas pela associação de moradores para atender a região registraram 90 chamados relacionados a problemas respiratórios.
O número equivale a 70,3% do total de atendimentos realizados no período (128). A coordenadora do serviço de ambulâncias na comunidade, Renata Alves, 40 anos, reconhece o aumento, mas evita falar de elevação nos casos de Covid-19, já que muitos dos pacientes ainda não tiveram diagnóstico confirmado.
A média de casos na região era de sete por semana em setembro. Em outubro, passou para 13 - quase o dobro. Na semana passada, Paraisópolis teve dois óbitos por síndromes respiratórias. As duas mulheres mortas eram da mesma família. Os exames para detecção do novo coronavírus ainda não ficaram prontas.
“As autoridades não fizeram a lição de casa e agora estamos ainda mais vulneráveis. O novo normal é ainda pior, pois a população está mais carente devido à fome e ao desemprego”, comenta Gilson Rodrigues, presidente da associação local de moradores. Segundo Rodrigues, a entidade irá intensificar a distribuição de máscaras.
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