Governo Doria vai enviar vacina a seis hospitais paulistas nesta segunda

Gestão tucana afirma que hospitais-escola de São Paulo, Ribeirão Preto, Campinas, Botucatu, Marília e São José do Rio Preto vacinarão profissionais da saúde

São Paulo

O governo João Doria (PSDB) afirmou na tarde deste domingo (17) que nesta segunda-feira (18) entra em operação o plano logístico de distribuição de doses, seringas e agulhas para imunização de trabalhadores de saúde de seis hospitais de referência do estado: Hospitais das Clínicas da capital, e de Ribeirão Preto (313 km de SP), ambos ligados à USP (Universidade de São Paulo), de Campinas (93 km de SP), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), de Botucatu (238 km de SP), ligado à Unesp (Universidade Estadual Paulista), HC de Marília (435 km de SP), da Famema, e Hospital de Base de São José do Rio Preto (438 km de SP).

A gestão tucana iniciou neste domingo a vacinação no estado, logo após a aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de uso emergencial da Coronavac, vacina contra a Covid-19 do laboratório chinês Sinovac Biotech, que está sendo produzida em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

Monica Calazans, enfermeira do hospital Emilio Ribas, é a primeira brasileira a ser vacinada pela Coronavac, no Hospital das Clínicas da capital paulista - Eduardo Anizelli/ Folhapres/Folhapress

A enfermeira Mônica Calazans, 54 anos, da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, moradora em Itaquera (zona leste), foi a primeira a receber a vacina, em cerimônia no Hospital das Clínicas, na zona oeste da capital paulista, ao lado do próprio governador .

Segundo nota do governo, neste domingo, profissionais de saúde de hospitais de referência no combate à pandemia e integrantes de populações indígenas começaram a ser vacinados em uma sala dedicada do próprio Hospital das Clínicas.

De acordo com o governo, as unidades que receberão a vacina nesta segunda-feira foram selecionadas para a fase inicial porque são hospitais-escola regionais, com maior fluxo de pacientes em suas áreas de atuação. "Todos devem iniciar nesta semana a vacinação de suas equipes, que totalizam 60 mil trabalhadores", diz a gestão Doria em nota.

Na sequência, explica o governo, grades de vacinas e insumos também serão enviadas a polos regionais para redistribuição às prefeituras, com recomendação de prioridade a profissionais de saúde que atuam no combate à pandemia. "Os municípios também deverão imunizar a população indígena com apoio de equipes da atenção primária do SUS, segundo as estratégias adequadas ao cenário local", diz.

“Começamos a vacinar a população e isto é um grande passo na tarefa de salvar vidas, que é a prioridade máxima do Governo de São Paulo”, afirmou o secretário da Saúde Jean Gorinchteyn, em entrevista coletiva.

Cada hospital, de acordo com o governo, será responsável pelo preenchimento dos sistemas de informação oficiais definidos pela Secretaria Estadual da Saúde para monitoramento da campanha.

Também neste domingo, em outra entrevista simultânea, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que as 6 milhões de doses da Coronavac que estão no Butantan serão distribuídas aos estados, a partir das 7h, para início de vacinação nacional na quarta-feira (20), às 10h, contrariando o governo de São Paulo.

"A divisão das grades considerou o quantitativo proporcional de vacinas esperado para São Paulo conforme o PNI [Programa Nacional de Imunizações], do Ministério da Saúde. O total de 1,5 milhão de doses é a referência para trabalhadores de saúde baseado na última campanha de vacinação contra a gripe", diz texto do governo Doria.

'A campanha de imunização contra a Covid-19 em São Paulo será desenvolvida segundo a disponibilidade das remessas do órgão federal. À medida que o Ministério da Saúde viabilizar mais doses, as novas etapas do cronograma e públicos-alvo da campanha de vacinação contra a Covid-19 serão divulgadas pelo governo de São Paulo", afirma.

A partir da semana que vem, o governo espera que todo o estado esteja com as doses da Coronavac, para inicialmente vacinar profissionais de saúde, principalmente dos que estão na linha de frente de combate ao novo coronavírus. Para que o imunizante chegue às 645 cidades do estado, caminhões farão cerca de 70 rotas semanais. Os veículos terão monitoramento de temperatura e rastreamento.

Inicialmente, o governo paulista planejava iniciar a campanha de vacinação no dia 25 de janeiro, com a aplicação de duas doses para profissionais da saúde, idosos, índios e quilombolas. Esta etapa iria até 28 de março.

Na sexta-feira, o Ministério da Saúde requisitou as 6 milhões de doses da Coronavac armazenadas pelo Butantan. O Instituto disse que iria enviar, mas questionou antes qual seria a quantidade que ficaria em São Paulo.

O Butantan comemorou neste domingo a aprovação de uso emergencial pela Anvisa, mas não citou se vai segurar as doses de São Paulo ou se enviará todo o armazenamento para o governo federa. "Com o registro da vacina pelo órgão regulador, será possível agora encaminhar rapidamente as doses já prontas ao Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde para o início da imunização dos brasileiros", diz trecho de nota.

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