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Para-raio sem revisão pode pôr o prédio em risco no temporal

Manutenção deve ser realizada a cada seis meses ou sempre que receber uma descarga dos céus

São Paulo

Quando nuvens carregadas começam a se formar nas tardes de verão, em mais uma promessa de grande tempestade, moradores de edifícios altos depositam a sua confiança neles, os para-raios. Mas, para que cumpram com eficácia a sua função, precisam de uma manutenção em dia. Caso contrário, podem se tornar um problema.

"Se o para-raio não está revisado, não consegue drenar a corrente para o solo, a descarga vai se dispersar por caminhos aleatórios. Rede elétrica, janelas, gradis, parapeitos, a ferragem do prédio ou até quebrar a parte superior do edifício, podendo provocar a queda de pedaços de concreto", afirma Juan Alexandre Suarez, um dos responsáveis pela Manhattan Eletronic, empresa especializada nesse tipo de serviço.

Suarez lembra que o síndico é responsável pela contratação da manutenção dos para-raios, que deve ser feita a cada seis meses ou após a suspeita de que uma descarga elétrica atingiu o prédio, sempre por empresa idônea. "O para-raio se tornou um trabalho de engenharia mesmo. Antigamente, um eletricista fazia. Hoje é um serviço específico para alguém da área", afirma Suarez, lembrando que os prejuízos podem ser imensos, se houver negligência.

Ilustração para coluna Nos prédios, sobre Raios em São Paulo
Arte Agora São Paulo

O síndico Antonio Carlos Crivellaro, 62 anos, é responsável por um condomínio de 11 andares em São Caetano do Sul (ABC), a cidade mais afetada pelos raios no estado de São Paulo. Apesar de tantas descargas rodearem a vizinhança, o prédio dele nunca foi atingido --até a última sexta-feira (7), ao menos. "Temos um para-raio que atende a nossa necessidade, com quatro pontos de aterramento no condomínio, no segundo subsolo", disse o síndico.

Segundo Crivellaro, as vistorias são rotineiras e as revisões mais detalhadas são realizadas em setembro, ao custo de R$ 400, em média. "A gente segue direitinho. A pessoa mede os pontos de aterramento e emite o laudo", diz o síndico.

Há mais de 18 anos como síndico de um condomínio por onde passam quase 25 mil pessoas por mês, Reynaldo Policar, 70, também cuida dos para-raios com atenção . "A gente tem todo o sistema atualizado. Recentemente, nos adaptamos à nova norma", afirma. "Infelizmente, se cair uma descarga e não for o suficiente, acontecer algum sinistro, a gente vai lamentar, mas está amparado pelas normas", afirma.

Saiba mais

RISCOS

Um raio pode atingir

  • Rede elétrica
  • Janelas
  • Gradis
  • Parapeitos
  • Ferragens do prédio
  • Reboco, concreto ou alvenaria

CUIDADO!

  • O raio procura as ferragens em meio ao concreto do prédio da mesma forma que faz em busca da seiva das árvores. Uma descarga atmosférica pode romper pedaços da alvenaria que, na queda, podem atingir pessoas, veículos ou animais, causando até mesmo acidentes fatais

ATENÇÃO!

  • Ter um SPDA (Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas) é imprescindível para conseguir o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros)

Manutenção

  • A cada 6 meses ou sempre que houver a suspeita de que um raio atingiu o sistema de proteção

QUEM É O RESPONSÁVEL

  • O síndico é o responsável pela contratação de empresa capacitada e idônea para a realização do serviços

O QUE PODE ACONTECER

  • O síndico pode responder com seu próprio patrimônio por danos causados aos moradores, caso não tenha tomado as medidas de manutenção cabíveis

Tipos

CAPTOR FRANKLIN

  • Modelo tradicional com uma haste no topo do prédio, com um tridente na ponta e sistema de aterramento

GAIOLA DE FARADAY

  • Barras de alumínio ou cabos de cobre em todo o perímetro da edificação, com sistema de aterramento

MAIS COMUM DO QUE SE IMAGINA!

  • Em média, a capital recebe 14 raios por quilômetro quadrado ao ano, o suficiente para causar estrago em áreas densamente povoadas

FONTES: Juan Alexandre Suarez, um dos responsáveis pela área técnica da Manhattan Eletronic, e síndicos Antonio Carlos Crivellaro e Reynaldo Policar

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