Riscos para Covas

Se a distribuição de cargos entre partidos aliados é quase uma imposição da política, uma boa composição precisa levar em conta benefícios e riscos na escolha de nomes, especialmente nas pastas mais importantes. Em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) fez algumas apostas arriscadas.


É o caso do novo secretário de Educação da capital, Fernando Padula, acusado de integrar um esquema de fraudes e desvios no setor conhecido como a “máfia da merenda”, que teria operado durante a gestão do ex-governador tucano Geraldo Alckmin.


Padula, que é amigo de infância do prefeito, era chefe de gabinete da Secretaria de Educação do estado em 2014, ano no qual, afirma o Ministério Público, as irregularidades foram cometidas.
Em 2018, foi denunciado por corrupção passiva. Também é acusado em uma ação civil de improbidade administrativa, referente ao mesmo caso.


Cabe apontar que as acusações ainda não foram apreciadas pela Justiça, e Padula nega participação nos supostos malfeitos. Mas é evidente que a evolução do caso pode ser motivo de instabilidade para a administração.


Vale lembrar que também foi problemática a escolha do vice de Covas, Ricardo Nunes (MDB). Ele se tornou motivo de polêmica na campanha quando vieram à tona ligações de seu grupo político com o sistema municipal de creches —para nem falar de uma acusação de violência doméstica feita por sua mulher (que depois voltou atrás) em 2011.


Não faltaram, durante a campanha, oportunidades para esclarecer questões como essas. Nunes, porém, evitou debates e sabatinas —e Covas disse que botaria a mão no fogo por ele.

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