Descrição de chapéu Coronavírus

Escolas estaduais de SP retomam aulas presenciais com merenda e acolhimento

Seguindo o Plano São Paulo, as unidades devem receber apenas 35% dos alunos em sala

Clayton Freitas
São Paulo

A agente comunitária de saúde Ana Paula Santana Sousa, 36 anos, fez questão de acompanhar os dois filhos até a escola estadual Livio Xavier, no Itaim Paulista (extremo da zona leste), nesta segunda-feira (1º), no início das atividades letivas de 2021, que, por enquanto, incluem apenas o acolhimento e fornecimento de merenda.

“É como se fosse um treinamento. Traz mais segurança [a acolhida]”, afirma a agente, que integra a linha de frente dos profissionais de saúde envolvidos no combate ao novo coronavírus e já está vacinada.

Segundo explica a dirigente regional de ensino Leste 2, Geni Delmiro Soares, a acolhida consiste em passar informações aos estudantes sobre como eles devem se comportar dentro da sala de aula e áreas comuns do estabelecimento de ensino, além de fornecer merenda para aqueles que manifestaram interesse.

Professora orienta alunos em sala de aula na Escola Estadual Livio Xavier, no Itaim Paulista (zona leste de SP), que retomou as aulas presenciais - Rivaldo Gomes/Folhapress

“O objetivo é o de conversar, mostrar como está o ambiente em que eles vão ficar, dizer como devem se comportar na fila, no horário em que forem comer e quando estiverem no pátio. É uma recepção por parte da equipe escolar aos alunos e todos vão se ajudando”, explica a dirigente.

Cerca de 5.000 escolas da rede estadual reabriram suas portas, em especial para oferecer diariamente merenda aos 770 mil mais vulneráveis, segundo os registros do Bolsa Família e Cadastro Único. Esse número de alunos é o mesmo que integrou o programa Merenda em Casa no ano passado, que recebeu, durante nove meses, auxílio no valor de R$ 55 mensais para se alimentar. Esses estudantes podem fazer a refeição todos os dias. Para os demais, a merenda é garantida no dia em que eles estiverem na unidade cumprindo a sua vez no revezamento presencial.

Pelas normas do comitê de combate ao coronavírus, toda vez que uma região estiver classificada dentro da fase vermelha ou laranja do Plano São Paulo, é obrigatório um revezamento que respeite um limite de até 35% no total de alunos na sala.

Dos cerca de 1.500 matriculados na escola Livio Xavier, 45 foram nesta segunda para acolhimento e merenda. Procurada, a Secretaria Estadual de Educação não informou o total de alunos da rede que foram acolhidos e receberam as refeições ontem em todas as escolas estaduais.

Preparativos e 35%

Nesta segunda, a diretora da unidade, Angela Fonseca, 43, recepcionou um pequeno grupo de alunos na sala de aula com a distribuição de máscaras descartáveis e uma mensagem de boas vindas. Nela, enfatizava a importância deles estarem ali e as medidas que foram adotadas para recebê-los.

As cadeiras e carteiras foram sinalizadas para que ninguém fique próximo um do outro e repositórios de álcool em gel foram distribuídos em paredes dos corredores, perto das entradas das salas. Após a recepção, o grupo desceu até o pátio, onde marcas de “x” no chão indicavam a distância na fila para que todos recebessem a merenda. Após o lanche, uma equipe é responsável por realizar a higienização de superfícies de mesas e cadeiras.

“Achei toda a estrutura de recepção muito boa. Antes eu tinha muito receio devido a tudo que está acontecendo pelo vírus. Mas o que eu vi aqui deu mais tranquilidade”, afirma Marilu Soares Correa, de 38 anos, mãe de Gabriel, de 14.

Ela acompanhou o filho, já que esse foi o primeiro contato do adolescente com a sua nova escola. Até o ano passado, ele estudava em outra unidade, próxima dali. Sobre a impressão a respeito da nova escola, Gabriel elogiou as dependências e disse que estava ansioso para voltar às aulas. “As salas são bem diferentes, os desenhos são bacanas e o que eu mais gostei foi o pátio”, disse.

Gabriel já está seguindo o perfil do Facebook da escola e já foi incluído no grupo de Whatsapp para saber qual será o dia que ele irá para a unidade ter aula presencial.

Segundo explica a diretora Angela Fonseca, em salas que contam com 40 anos, o limite será de 14 estudantes de forma presencial. A sequência é definida pela ordem da lista de chamada, que segue o critério alfabético.

Enquanto os 14 estudantes estiverem presencialmente na sala, os demais acompanham a aula ao vivo, em transmissão pela internet. Aqueles que não contarem com equipamentos suficientes para acompanhar ao vivo, online, poderão usar as dependências da escola para acompanhar as aulas.

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