A volta às aulas prevista para esta segunda-feira (1º) obrigará alunos, professores e funcionários de escolas a seguirem uma série de protocolos com medidas de biossegurança, até mesmo antes de sair de casa.
As escolas particulares estão autorizadas a voltar nesta segunda. As estaduais também abrem hoje para reforço e a rede municipal da capital retorna no dia 15. Prefeitura e estado elaboraram protocolos sanitários para a volta às aulas presenciais. Segundo um desses documentos, é recomendável, por exemplo, que os pais ou responsáveis façam a aferição de temperatura dos alunos em casa.
As escolas também devem evitar que os estudantes fiquem próximos em qualquer momento durante a sua permanência. Os alunos, preferencialmente, devem levar a própria água que vão tomar. Caso contrário, devem levar copos para matar a sede. A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), disse ter investido R$ 1,7 bilhão para equipar as escolas e fazer reparos estruturais.
Por sua vez, a Secretaria de Estado da Educação, da gestão João Doria (PSDB), diz ter enviado às escolas itens de proteção, como 2 milhões de máscaras de tecido, mais de 440 mil protetores faciais de acrílico, 10.740 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido e 78 milhões de copos descartáveis, entre outros.
A rede particular também investiu em biossegurança. O colégio Bandeirantes contou apoio técnico do hospital Sírio-Libanês, com quem mantinha parceria desde antes da pandemia, em agosto de 2019, para apoio no desenvolvimento dos protocolos de segurança para receber os alunos na volta às aulas. Entre eles estão a divisão de turmas, espaçamento entre as carteiras, aumento da disponibilidade de álcool em gel e ventilação das áreas. O colégio dispõe de um profissional para responder questões sobre a Covid-19 e outras dúvidas de saúde.
Unidades são responsáveis por divisão
O ponto que deve suscitar mais polêmica na volta às aulas é o que prevê o limite de 35% nas salas de aula. A Prefeitura de São Paulo criou uma instrução normativa para estabelecer prioridade se a demanda for maior do que as vagas.
E isso será de responsabilidade de cada unidade. Na educação infantil, por exemplo, não haverá revezamento. Se a demanda em uma creche por superior a 35% das vagas por turno, os critérios para saber quem pode entrar envolve maior idade, bebês e crianças que tenham irmãos mais velhos na mesma unidade e os que estão em situação de vulnerabilidade.
Nos ensinos fundamental e médio haverá revezamento e, em caso de demanda superior a 35%, devem ter prioridade alunos com histórico de baixo rendimento ou aqueles que em 2020 não tiveram acesso às plataformas digitais.
Escolas estão preparadas, segundo mãe
A psicóloga Frances Ramos, 43 anos, diz que levará os filhos, de 7 e 9 anos de idade, para a escola já nesta segunda (1º). “Elas [as crianças] são as mais afetadas emocionalmente nesse momento. Os meninos estudam em escolas diferentes e ambas estão preparadas para recebê-los”.
Segundo Frances, o tema é recorrente no grupo de mães no WhatsApp e quase todas as mães aprovam a volta às aulas. Para o motorista Gabriel Pereira, 26, a creche da filha de 3 anos é confiável, porém, ele não vai levar a filhinha, que, por ora, ficará com a avó em casa. “Meus pais são do grupo de risco e têm comorbidades. O meu receio é uma criança assintomática passar a doença para a minha filha e ela, por sua vez, transmitir.”
VOLTA ÀS AULAS - SAIBA MAIS
Início das aulas
1º de fevereiro - rede particular
8 de fevereiro - rede estadual
15 de fevereiro – rede municipal (capital)
35%
é o imite de alunos por dia nas salas de aula durante as fases vermelha e laranja
escolas definem como será o revezamento. No caso das públicas, é preciso seguir orientação de secretarias
se alguma região progredir para a fase amarela, esse percentual dobra e chega a 70%
800 horas
carga minima anual obrigatória para todos, sendo 1/3 do total de forma presencial
75%
frequência mínima (remota ou presencial)
RECOMENDAÇÕES E PROTOCOLO
AO SAIR DE CASA
Carregar o próprio álcool em gel
Leve máscaras reserva na mochila
Mediar a temperatura. Se for superior a 37,5º C, procurar um médico
ANTES DE ENTRAR NA ESCOLA
Aferir temperatura preferencialmente com termômetro sem contato
Em caso de aparelho digital, fazer a higienização antes e após o uso
Se a temperatura for superior a 37,5º C, o aluno não pode entrar e os pais devem procurar atendimento médico
A criança deve ser separada das demais até que o responsável chegue
NO TRANSPORTE ESCOLAR
Higienizar as mãos antes de entrar e ao sair
Evitar ao máximo o contato com superfícies do veículo
Veículo deve estar com as janelas abertas
Ocupação deve ser intercalada (deixando sempre um livre entre dois ocupados)
NA ESCOLA
Evite tocar em portas e maçanetas
Espaços devem ser arejados e as superfícies, higienizadas
Manter distanciamento de 1,5 m em todas as dependências
Usar o cotovelo ao reencontrar amigos
Não compartilhar lápis, caneta ou qualquer outro objeto
INTERVALO
Deve haver revezamento
Ao fazer o lanche, retire a máscara e guarde num saco de papel ou plástico
Evite ficar perto de colegas de classe sem máscara durante o lanche
Troque a máscara ao voltar do intervalo
Cada aluno deve ter água de forma individualizada
Se forem fornecidos galões, bebedouros ou purificadores, cada um deve ter seu próprio copo
EDUCAÇÃO FÍSICA
Atividades devem respeitar 1,5 m de distância
Preferencialmente ao ar livre
NA BIBLIOTECA
Receber o livro com luvas
Não colocar o livro no acervo e nem para empréstimo durante 5 dias
No 6º dia, usar EPI para manusear o livro e álcool 70%
HIGIENE PESSOAL
Lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool 70% ao entrar e sair da escola, biblioteca e entre as refeições e se tossir, espirrar, usar o banheiro, tocar em dinheiro ou manusear alimentos
AO VOLTAR PRA CASA
Descarte a máscara ou coloque para lavar
Retire a roupa e coloque para lavar
Evite deixar mochila no sofá, mesa ou cama
Fontes: Ministério da Educação, Protocolos Sanitários do Plano São Paulo, Instrução normativa da Secretaria Municipal de Educação, pediatra Werther Brunow e infectologista Luiz Carlos Barradas Barata, do Hospital Santa Catarina
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