Escolas particulares retomaram, nesta terça-feira (26), as atividades de forma híbrida (presencial e online) na capital, mas apenas com ações de acolhimento dos alunos e reforço.
Atividades envolvendo brincadeiras, jogos, vivências, gincanas, rodas de conversa, de história, de músicas, oficinas de arte, psicomotricidade e horticultura fazem parte desta fase de acolhimento.
“Na verdade, as escolas estão autorizadas a funcionar desde outubro com reforço e acolhimento. Cometeram um crime muito grande com a educação brasileira. Prefeitos e sindicatos de professores estão postergando, mas temos reivindicado porque as escolas têm que voltar”, disse o presidente do Sieeesp (Sindicato dos estabelecimentos de ensino do Estado de São Paulo), Benjamin Ribeiro da Silva.
A diretora da escola Tutto Amore, no Tatuapé (zona leste), Jimene Melito, diz que o início foi tranquilo, já que recebeu cerca de 18 a 20 alunos por turno. “Apresentamos todos os protocolos de segurança aos pais e eles se mostraram seguros em enviar as crianças. Os alunos ficam em grupos de 4 a 6 em cada ambiente”, afirma. A escola atende crianças de 0 a 8 anos, na educação infantil e anos iniciais do Fundamental 1 e pode funcionar com 30% da capacidade máxima.
“Nas fases vermelha e laranja não é obrigatória a presença dos alunos. Se a família não quiser mandar de forma presencial, está autorizada a permanecer na educação a distância”, disse o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, em entrevista coletiva na última sexta-feira (22).
Na fase vermelha ou laranja (a atual na capital) do Plano São Paulo, as escolas poderão receber diariamente até 35% dos alunos matriculados. Na fase amarela, elas ficam autorizadas a atender até 70% dos estudantes; e na fase verde, até 100%. Os protocolos sanitários devem ser cumpridos em todas as fases.
Dono das escolas Modulus, Monica’s International School e Green Book School, Alan Castro Barbosa afirmou que recebeu nesta terça-feira uma média de 20% de alunos por turno e que foi feito um trabalho de informar os pais sobre os riscos e benefícios.
“As informações governamentais e de institutos nacionais e internacionais de saúde estão sempre reforçando que crianças até 5 anos têm uma chance muito pequena de pegar ou de transmitir o vírus”, disse.
Barbosa observou que quanto mais alta a mensalidade, maior o retorno das crianças. Fatores como o pai ser dono da própria empresa, ter plano de saúde ou se está em trabalho home office seriam determinantes, de acordo com ele.
Colégios da rede estadual voltam dia 8
Na rede estadual, da gestão João Doria (PSDB), os alunos voltam às aulas presenciais em 8 de fevereiro.
A primeira semana de atividades presenciais será voltada ao acolhimento dos alunos, à prática dos protocolos no ambiente escolar e ao aprendizado do uso das ferramentas tecnológicas.
Na rede municipal, o retorno está previsto para o dia 15 de fevereiro. Antes, será realizada pesquisa por meio do portal da Secretaria Municipal da Educação, da gestão Bruno Covas (PSDB). Os pais indicarão quantos estudantes devem voltar à rotina escolar no dia 15. A pesquisa, que tem a finalidade de preparar as escolas para o retorno seguro, pode ser acessada pela internet.
Em nota, o Simpro (o sindicato dos professores), reclamou do retorno obrigatório das aulas presenciais. “Os professores estão sendo obrigados a voltar sem que se estabeleçam garantias a eles e sem que o poder público tenha condições de fiscalizar as milhares de escolas particulares na cidade de São Paulo”, diz.
"O SinproSP acredita que o retorno das aulas presenciais, sem que a epidemia esteja controlada, só deveria ocorrer quando observadas outras condições, além dos protocolos sanitários", diz trecho da nota, que cita priorização dos professores na vacinação, testagem de todos os alunos, professores e demais trabalhadores custeada pelas escolas, e estabelecimento de regras de funcionamento da rede privada e "rígida fiscalização do poder público sobre os estabelecimentos, para garantir condições de trabalho, segurança e saúde" .
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