Descrição de chapéu Grande SP

GCM suspeito de atirar em jornalista está afastado por suposta tortura

Agente e mais sete guardas foram suspensos do serviço em maio de 2019; caso corre em segredo de Justiça

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São Paulo

O GCM (Guarda Civil Municipal) suspeito de atirar contra o rosto de um jornalista de 70 anos, após uma discussão entre ambos em um pet shop na segunda-feira (1º) em São Bernardo do Campo, está afastado preventivamente da corporação desde maio de 2019. Ele é suspeito de praticar tortura, segundo a corporação de Indaiatuba (98 km de SP), onde ele trabalhava.

A vítima permanecia internada, estável, até a publicação desta reportagem. Segundo familiares, o projétil que atingiu o rosto do jornalista está alojado no ombro esquerdo do idoso.

Ageu Rosas Galera, 35 anos, é considerado foragido desde o fim da tarde desta terça-feira (2), quando a Justiça decretou sua prisão temporária, de 30 dias. Após ferir o jornalista, o agente fugiu em uma moto.

Seu advogado de defesa, Ayrton Perroni Alba, afirmou que houve um tiro acidental, quando o jornalista supostamente tentou desarmar o GCM. "Meu cliente vai se apresentar à polícia somente quando não houver prisão em aberto contra ele, para esclarecer tudo o que aconteceu", disse o defensor, nesta terça ao Agora.

Segundo a guarda de Indaiatuba, Galera e mais sete agentes são suspeitos do crime de tortura. Um dos GCMs pediu exoneração do cargo, enquanto os demais foram afastados preventivamente, desde 7 de maio de 2019. O processo corre em segredo de Justiça e está em fase de julgamento, acrescentou a corporação.

“A GCM de Indaiatuba se coloca à disposição para contribuir com as investigações e reforça seu compromisso com a ética, transparência e respeito”, diz trecho de nota.

Galera é suspeito de atirar no rosto do jornalista Daniel José Lima após ambos discutirem pelo atraso de três horas para que duas cadelinhas da vítima fossem banhadas em um pet shop, de propriedade da esposa do guarda.

Foi registrado no 1º DP de São Bernardo do Campo que Galera entregou as duas cachorrinhas ao jornalista e disse: "Aqui estão os seus cachorros. Não precisa pagar pelo serviço. Eu pago para não ver mais sua cara aqui". O cliente, segundo boletim de ocorrência, teria dito que não retornaria mais ao local.

O guarda, ainda de acordo com a polícia, subiu no segundo piso do comércio, de onde teria retornado com uma arma em punho e atirado contra o jornalista. O suspeito fugiu em seguida, usando uma moto, supostamente levando a gravação do sistema de câmeras, segundo a polícia.

A defesa do guarda afirma que a vítima teria tentado desarmar o suspeito e, por isso, houve um tiro acidental, que acabou ferindo o idoso. O sistema de câmeras do comércio estaria inoperante há cerca de três meses, acrescentou.

Sobre o afastamento de seu cliente, investigado pelo crime de tortura, o advogado preferiu não se manifestar, alegando que o caso está em segredo de Justiça e também “para não inflar os ânimos e [provocar] um pré-julgamento quanto à personalidade do Ageu”.

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