Uma vaquinha virtual já arrecadou R$ 56,8 mil para o menino de 11 anos que era mantido em um barril de lata, preso com correntes, na casa de seu pai em Campinas (93 km de SP). Além da grana, 980 itens, entre roupas, brinquedos e calçados, foram encaminhados à Polícia Militar, até o último dia 5, para também serem entregues ao menino.
A criança foi resgatada por policiais militares, no último dia 30, e permanece em um abrigo, a pedido do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).
A vaquinha virtual foi idealizada por Diego da Silva Caetano, conhecido na internet como MC Di Magrinho. “Em 48 horas, fiz um rap falando sobre o sofrimento do menino e compartilhei [em redes sociais]. Algumas pessoas falaram que eu queria ganhar em cima do menino, não era nada disso, pois postagem no Facebook não dá dinheiro. Mas acabei tendo uma ideia para ajudar o menino.”
Até por volta das 15h desta quarta, a vaquinha contava com R$ 56.826,58 em doações, feitas por 1.289 pessoas.
Nesta terça-feira (9), Caetano contratou uma advogada para conversar com o MP-SP sobre a destinação do dinheiro arrecadado. A vaquinha será mantida até a segunda-feira (15). Após isso, em cerca de 15 dias, a grana cai na conta determinada pela Justiça.
O Ministério Público diz em nota que soube informalmente sobre a vaquinha e que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial a respeito e sobre a destinação do dinheiro, que "será definida pelo Juízo da infância."
Além do dinheiro da campanha na internet, a 2ª Cia. do 35º Batalhão da PM de Campinas, responsável pelo policiamento da região onde o menino foi resgatado, recebe doações destinadas à criança, desde que ela foi resgatada.
Segundo o capitão Pereira Júnior, na última sexta-feira (5), a corporação encaminhou ao MP-SP 276 brinquedos, 632 peças de roupa, três vídeo-games, 22 presentes lacrados, uma máquina de corte de cabelo, quatro mochilas, 29 pares de sapatos, um urso de pelúcia, 10 gibis e dois livros.
“Tem bastante doação chegando ainda. Olhando por cima, tem três bicicletas e dezenas de outros itens em nossa companhia”, afirmou o oficial nesta quarta ao Agora. Ele acrescentou que duas bolsas de estudo, sendo uma nos EUA e outra no Canadá, foram mencionadas entre as doações. “Repassamos isso tudo para a Promotoria da Infância”, explicou.
O policial destacou ainda que as doações chegaram “de forma espontânea" ao batalhão, reforçando que a corporação não realizou nenhum tipo de campanha para isso.
“O que posso ainda dizer é que em Campinas temos mais de 300 crianças em abrigo precisando também de doações. O menino em si [que era mantido no barril] recebeu muita coisa. Não tem nem como ele usar, se ele quiser, pode nadar sobre os brinquedos que ganhou”, exemplificou.
O MP-SP afirmou ao Agora, nesta quarta, estar cientes das doações, acrescentando que elas serão relacionadas e encaminhadas à Vara da Infância, "que irá definir como e quando serão entregues ao menino".
O pai do menino, um auxiliar de serviços gerais de 31 anos, sua mulher, uma faxineira, de 39, e a filha dela, uma vendedora de 22 anos, foram presos em flagrante por tortura, ainda no dia em que o garoto foi resgatado. O trio permanece preso preventivamente em penitenciárias no interior paulista. A defesa deles não foi encontrada até a publicação desta reportagem.
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