A fase emergencial em vigor desde o dia 15 deste mês estabeleceu que apenas serviços essenciais poderão funcionar. Apesar disso e do cerco existe nas ruas da região da 25 de Março, famosa pelo comércio popular na capital, a reportagem do Agora constatou vários ambulantes vendendo de objetos eletrônicos a roupas nas barracas montadas por eles na manhã desta quinta-feira (25).
A tática usada por eles é a de carregar todos os produtos nas costas e passar a pé pelas barreiras montadas em todo o perímetro. Assim que chegam, abrem as lonas e começam a oferecer os produtos ali mesmo. Muitos chegam a abordar quem passa e oferecer os produtos.
Perto dali, na própria rua 25 de Março, uma loja estampando tecidos e congêneres funciona normalmente. Ela conseguiu na Justiça uma liminar para manter as portas abertas mesmo que a venda de tecidos não esteja classificada no rol de atividades essenciais na pandemia. Ninguém na loja quis dar entrevista para comentar o assunto.
A empresa conseguiu na Justiça uma tutela antecipada (decisão temporária), assinada pela juíza Renata Pinto Lima Zanetta, da 16ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo, no dia 12 deste mês. Em sua decisão, a juíza escreveu ter acatado a justificativa apresentada pela defesa da Niazi, a de ser um serviço essencial por vender, entre outras coisas, alimentos. Na mesma decisão a juíza ainda proibiu que o governo estadual operasse qualquer sanção administrativa a loja.
No Brás, outra região de comércio popular, famosa por reunir empresas de aviamentos de costura e tecidos, alguns comerciantes estão “dando um jeitinho”. A tática, proibida, é a de deixar a porta semiaberta e receber o pedido de cliente, que fica na calçada. O consumidor escolhe o que quer, uma atendente traz o produto até a porta e leva a máquina de cartão para que o pagamento seja feito.
Ao fotografar a movimentação na rua Joli, no Brás, na manhã desta quinta-feira (25), o repórter-fotográfico Danilo Verpa foi abordado por três homens e teve a placa de seu carro fotografada. Ao entrar no veículo e ir embora, ele ainda foi perseguido pelas ruas da região por um carro até alcançar uma base da PM (Polícia Militar) próxima, quando então os homens que o perseguiam foram embora.
Outro lado
A reportagem não conseguiu contato com os responsáveis pela loja que conseguiu a liminar. A advogada que representa a empresa na ação, Juliana Mangini Migliano Jabur, foi procurada mas não atendeu ao pedido de entrevista.
Em nota, a PGE (Procuradoria Geral do Estado) informou já ter apresentado recurso e aguarda decisão da Justiça.
Procuradas, nem a Prefeitura de São Paulo ou mesmo a Secretaria Secretaria Municipal das Subprefeituras responderam aos pedidos de informações formulados pela reportagem até a conclusão desse texto.
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