Movimento na orla de Santos diminui no segundo dia do megaferiado

Entregadores de aplicativo afirmam que pedidos por delivery aumentaram

Santos

O tráfego de carros na orla de Santos, da mesma forma que de bikes na ciclofaixa que margeia a praia, diminuiu neste sábado (27), em relação à terça-feira (23), quando começou o lockdown na cidade do litoral.

Porém, o número de entregadores de aplicativo, acelerando motos ou pedalando bicicletas, visualmente aumentou neste primeiro dia do fim de semana, e o segundo do megaferiadão decretado pela Prefeitura de São Paulo. As sete cidades do ABC também anteciparam dias de folga, contados a partir deste sábado -- provocando a chegada de muitos turistas de ambas as regiões ao litoral, ignorando a recomendação de ficarem em casa.

O empresário Márcio Gonçalves, 42 anos, que faz entregas para complementar a renda desde o início da pandemia, afirmou ter realizado em pouco mais de duas horas, neste sábado, praticamente a metade das entregas que realizou em três dias, entre a sexta e domingo da semana passada.

Entregador de aplicativo usa a máscara incorretamente na orla de Santos - Rubens Cavallari -27.mar.2021/Folhapress

Mostrando o aplicativo à reportagem, ele provou ter realizado 45 entregas entre o meio-dia e às 14h15 deste sábado. Nos três dias da semana passada, foram 94. “Como entrego bebidas, alcoólicas e refrigerantes, além de petiscos, os pedidos aumentaram bastante. O povo em casa bebe mais mesmo”, disse.

Apesar disso, Gonçalves diz ser contrário ao lockdown que, segundo ele, prejudica empresários e comerciantes. “Muita gente, que fechou as portas por causa do lockdown, periga não conseguir mais abrir.”

O também empresário Marco Keiji, 32 anos, afirmou ter sentido uma leve alta neste sábado nas entregas que faz em Santos, em relação ao último fim de semana.

“Entrego mais gêneros alimentícios, de mercados. Neste primeiro fim de semana de lockdown as entregas aumentaram em duas corridas”, exemplificou, comparando as seis e oito entregas feitas neste sábado e no anterior.

Dono de um bufê de festas na capital paulista, ele afirmou concordar com o lockdown, desde que “resolva alguma coisa.” “Por mim, pode fechar tudo o tempo necessário, mas desde que solucione o problema e as pessoas possam voltar à rotina de trabalho.”

Em toda a extensão da orla de Santos, a reportagem observou praias vazias, da mesma forma que no início da semana.

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