Após um chamado de incêndio em residência, controlado por volta das 3h desta quarta-feira (14), bombeiros encontraram o corpo de Andréia Menaide Cabral Panachi, 51 anos, carbonizado e com perfurações, em um bairro perto da zona rural de Itatiba (84 km de SP). Ela era diretora da Dragões da Real, escola do Grupo Especial da capital paulista.
Até a publicação desta reportagem, a polícia não havia identificado nenhum suspeito ou descoberto a motivação para o crime, registrado como homicídio qualificado por meio cruel. As causas do incêndio também são investigadas.
O irmão de Andréia, um mecânico de 48 anos, foi localizado por policiais militares em frente à casa da vítima, no bairro Jardim Leonor, para onde ele foi ao ser informado sobre o fogo. Até este momento, segundo relatado à polícia, ele imaginava que a morte havia ocorrido por causa do incêndio.
Assim que as chamas foram apagadas pelos bombeiros, porém, policiais encontraram Andréia deitada em sua cama, com perfurações pelo corpo e parcialmente carbonizada.
Ela estava sozinha em casa, desde que o marido foi internado com Covid-19, disse o amigo do casal e diretor da agremiação Renato Remondini, o "Tomate.", 46 anos.
"Os dois pegaram o coronavírus, mas a Andréia não precisou ir para o hospital. Acho que até agora [fim da tarde desta quarta-feira], ele não sabe o que aconteceu com a esposa dele", afirmou Remondini, que não soube dizer quando o casal testou positivo para a Covid-19.
Na casa de Andréia, a polícia apreendeu duas garrafas e partes de roupa da vítima, para serem periciados.
O celular da mulher, com o qual ela havia respondido mensagens de amigos até por volta das 22h de terça-feira (13), segundo a polícia, não foi localizado na residência. A Polícia Civil investiga se o aparelho foi levado pelo suspeito do homicídio.
O caso foi registrado no plantão policial de Itatiba, mas é investigado pelo Delegacia de Investigações Gerais de Jundiaí (58 km de SP), que tenta identificar o autor e a motivação para o assassinato.
Na escola
Andréia ingressou na Dragões da Real em 2009, segundo o presidente Renato Remondini. Ela passou a frequentar e participar das atividades da escola localizada na região da Lapa (zona oeste da capital paulista), por meio de um amigo carnavalesco.
"Desde então, ela começou a trabalhar com a gente. Primeiro como componente, depois como coordenadora de ala. Mesmo morando em Itatiba, ela assumiu a direção da ala das passistas e mais recentemente, até o ano passado, cuidava da ala de destaques", explicou o presidente da Dragões.
O presidente da escola de samba faz aniversário no mesmo dia que Andréia, em 28 de maio e, por isso, ambos costumavam celebrar a data juntos. Essa rotina anual só foi quebrada, segundo Remondini, por causa da pandemia do novo coronavírus.
"Ela sempre estava com um sorriso no rosto. Não dá para entender por que isso aconteceu com ela", indagou o amigo.
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